quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Após morte de bebê em UPA de Jaboatão, família denuncia negligência médica e nega suspeita de abuso sexual

 Maria Lorena Vieira da Silva foi levada três vezes pela mãe até unidades de saúde desde o último sábado (20) ao apresentar febre e ferimentos na boca. Nessa segunda, veio a óbito por "infecção generalizada"

Caso aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife

Uma criança de 1 ano e 10 meses morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, nessa segunda-feira (22). A família, que denuncia negligência médica, disse que, após a morte, a unidade de saúde levantou a suspeita de que a criança tenha sido vítima de abuso sexual.

Maria Lorena Vieira da Silva foi levada pela mãe, Criatiane Félix, até a UPA no último sábado (20), após apresentar febre e ferimentos na boca que se assemelhavam a aftas. Lá, foi medicada e mandada para casa.

Ela teve uma melhora, mas no domingo passou mal novamente e, dessa vez, foi levada até o Hospital Infantil do Cabo de Santo Agostinho, onde o mesmo procedimento foi feito. “A médica atendeu, escutou o pulmão, olhou a boca e o ouvido. Disse que o motivo era pela inflamação das aftas. Ela tomou dipirona na perna e voltou para casa”, contou a mãe.

No início da tarde, a criança teve outra piora. A mãe disse ter ido novamente à UPA em Barra de Jangada, mas que não estava atendendo por falta de energia elétrica. Então, foi até a da Sotave, na mesma cidade.

“O médico disse que ela estava com um virus que dura de 7 a 10 dias, mas que estava bem”. Novamente, Lorena recebeu alta.

A febre, no entanto, permaneceu até essa segunda-feira (22). Ela voltou à UPA de Barra de Jangada e recebeu mais medicamentos, mas o quadro de saúde piorou e ela não resistiu. A certidão de óbito diz que ela morreu por uma "infecção generalizada".

A mãe disse ter sido surpreendida pela suspeita de que Lorena tenha sido vítima de um abuso sexual. “A assistente social me chamou pela manhã e perguntou como era a rotina dela”, relatou.

“Eu disse que ela ficava pela manhã com minha mãe, que à tarde ia para a escola na condução, que, às 17h, a levava para a casa da minha mãe novamente. Ela perguntou se eu não tinha notado algo em relação às partes de Lorena, pois estavam em situação gritante.”

A família afirma desconhecer que a criança tenha sofrido alguma violência sexual. Revoltada, Katiane Felix da Silva, a tia da criança, alegou que o atendimento oferecido na UPA foi "desumano".

“Viemos aqui três vezes e ninguém dizia nada. Não fizeram um exame de sangue. Só vieram tomar uma atitude quando chegou nessa situação. Os médicos são negligentes. Chegamos aqui à 1h e só vieram dar noticia às 4h quando a menina já estava morta. Tiraram a vida dela, ela foi embora, mas isso não vai ficar assim”, afirmou.

SES-PE diz apurar o caso


Por nota, a direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra de Jangada, por meio da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), informou que está “apurando os fatos relacionados à paciente citada”.

Ainda, garantiu que “a menor recebeu toda a assistência médica necessária nos atendimentos“ e que todas as informações necessárias estão sendo repassadas à família e às autoridades competentes, como o Conselho Tutelar e a Polícia.

Família denuncia caso à polícia


Parentes se reuniram na frente da unidade hospitalar na tarde desta terça-feira (23), consolando-se uns aos outros. Eles foram prestar boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Piedade.

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) afirmou, na quarta-feira (24), que registrou a ocorrência como "Morte a Esclarecer". Por nota, disse que um inquérito policial foi instaurado e outras informações poderão ser fornecidas em momento oportuno.




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