Homem também disse que a Funai negou apoio para transportar o corpo junto com outros 11 familiares que estão em Boa Vista para participar do ritual fúnebre na Terra Yanomami
Whinderson Simeão Xirixana tinha dez meses de idade
Um menino indígena de dez meses de idade morreu na madrugada desta quinta-feira (18), no Hospital da Criança Santo Antônio, em Boa Vista, após três meses de tratamento nas vias respiratórias. O avô de Whinderson Simeão Xirixana, Eliseu Xirixana Yanomami, acredita que houve negligência por parte da equipe médica, que estaria dormindo enquanto o aparelho de traqueostomia instalado na criança estava entupido.
“Não deveriam dormir, deveria ter muita atenção ao paciente, que é trabalho deles. Não podiam esquecer do paciente. Eles têm que estar ligado”, disse. “A mãe relata que todos estavam dormindo […]. Ela relata que a criança estava normal, ligou ontem pra nós dizendo que ele já estava se movimentando […]. E hoje de manhã a gente recebe essa triste notícia”, completou ele, que é líder da comunidade indígena Alto Mucajaí.
Além disso, o avô disse que a Funai (Fundação Nacional do Índio) negou apoio de duas viaturas para transportar o corpo junto com outros 11 familiares que estão em Boa Vista para participar do ritual fúnebre na comunidade situada no Município de Alto Alegre, dentro da Terra Indígena Yanomami.
O motivo alegado pelo órgão, segundo Eliseu Xirixana, seria a falta de motoristas. “Preciso ir embora com meus parentes onde estou alojado. A Funai está pra apoiar o indígena no que for necessário. No nosso ritual, queimamos o corpo, é a cultura deixada pelos nossos ancestrais”, disse ele, que por outro lado, afirmou que o transporte do corpo da criança será feito pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena).
A Secretaria Municipal de Saúde informou por meio de nota que a criança deu entrada no Hospital da Criança Santo Antônio no dia 12/06/22, e foi dado todo atendimento necessário ao paciente pela equipe do hospital, que seguiu todos os protocolos. "Informações de saúde de pacientes são sigilosas, e dizem respeito apenas à família. A equipe segue a disposição para esclarecer qualquer fato aos familiares", acrescentou.
A Funai não comentou o assunto até a publicação da reportagem.
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