Familiares dizem que médicos insistiram muito para retirar bebê com fórceps. Hospital da Mulher lamentou o falecimento e disse que abriu processo para apurar o atendimento prestado à paciente durante o parto.
Família diz que Vanessa teve gravidez tranquila e sem intercorrências
A família de um bebê que morreu quatro dias após o parto acusa Hospital Mariska Ribeiro, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, de negligência. Segundo eles, a jovem Vanessa, de16 anos, teve uma gravidez tranquila, não apresentava qualquer doença e fez todos os exames de rotina do pré-natal.
“Correu tudo bem, ela estava ótima, não tinha problema nenhum. Temos vídeo dela chutando a barriga da mãe, não tinha nada, estava tudo bem. Pagamos ultrassonografia de primeira geração pra ela”, afirma a tia Lucélia Felipe da Silva.
Estava tudo pronto para o nascimento de Antonella mas, segundo a família, na hora do parto na sexta-feira (22), ao invés de alegria, o momento foi dramático.
“Quando chegou lá, eles falaram que ia forçar o parto induzir o parto normal, quando eles induziram, eles viram que a cabeça da bebe estava virada, mas a minha sobrinha chegou, a minha sobrinha estava com nove de dilatação. Nove já era para ter já estar na sala de cesárea há muito tempo”, diz a tia.
Segundo Bianca da Silva Lanes, irmã de Vanessa, os médicos insistiram muito tentando tirar o bebê a vácuo. “Puxaram minha sobrinha com vácuo umas cinco vezes e isso foi durante uma hora tentando tirar a bebe pelo vácuo, mas não conseguiram e quando minha irmã não estava mais aguentando, fizeram cesárea”, diz Bianca.
Há cinco anos, o Ministério da Saúde lançou uma série de diretrizes para humanizar o parto normal e reduzir o número de intervenções consideradas desnecessárias. O documento alerta que deve ser considerado o uso de parto instrumental (vácuo-extrator ou fórceps) se não houver segurança quanto ao bem-estar do feto.
A família diz que Antonella nasceu machucada, com dificuldades para respirar e foi encaminhada na hora pra UTI neonatal.
“Machucaram a cabeça da minha sobrinha e falaram que foi sujeira de parto. Uma médica veio e falou que era um ferimento grave”, diz a irmã da menina.
A família registrou o caso na Delegacia de Bangu. No registro de óbito da bebê consta choque séptico refratário ou infecção generalizada, septicemia e exposição a sífilis.
A família aguarda a liberação do corpo e pede justiça. “Eu queria levar minha pequena pra casa, mas não vou poder levar. Mas vou fazer justiça, vou mover o mundo pra ela, por todas as crianças que já sofreram e as mães têm que denunciar mesmo pra não acontecer isso com outras crianças”, diz Bianca.
A família diz que Vanessa está bem de saúde, mas está em estado de choque por causa da morte da filha.
Hospital da Mulher lamentou o falecimento da bebê e disse que abriu processo de apuração do atendimento prestado à paciente durante o parto.
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