Investigações estão a cargo da Delegacia da Mulher de Duque de Caxias. Bolívar Guerrero Silva segue preso em regime de prisão temporária.
Quem é Bolívar Guerrero Silva, o médico preso por cárcere privado
A Delegacia da Mulher de Duque de Caxias abriu mais de 30 inquéritos contra o médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva. As denúncias vieram à tona depois que o cirurgião plástico foi preso acusado de manter uma paciente em cárcere privado no Hospital em Santa Branca, de sua propriedade. Bolívar segue preso.
"A investigação sobre o caso do suposto cárcere está sob sigilo, mas além dessa, já temos mais de 30 inquéritos em andamento que apuram outras condutas do médico", diz a delegada Fernanda Fernandes, que está à frente da especializada.
São vítimas que reclamam cirurgias plásticas mal-sucedidas, danos estéticos e um caso em que a família desconfia que uma jovem tenha morrido por erro médico após um procedimento, mas teve a morte atestada como complicações por Covid.
MP vê indícios de homicídio tentado
No dia 21 de julho, o Ministério Público (MPRJ), por meio da 3ª Promotoria de Investigação Penal Territorial do Núcleo Duque de Caxias, pediu a prorrogação da prisão de Bolívar por mais 25 dias.
O inquérito policial que analisa sua conduta no caso de Daiana Chaves Cavalcanti foi inicialmente instaurado para apurar lesão corporal de natureza grave, além de associação criminosa e cárcere privado.
No entanto, a promotora de Justiça Cláudia Portocarrero entendeu, ao receber o inquérito que havia indícios de que Bolívar teria assumido o risco de matar a vítima, e considerou o crime de homicídio qualificado na modalidade tentada, hediondo. O caso foi encaminhamento ao Tribunal do Júri de Duque de Caxias, e a Deam segue em diligências para apurar o caso.
“O atuar doloso do indiciado e a irresponsabilidade completa, a vilania, a torpeza de motivo para a prática do delito, a ganância, o objetivo de ganhos financeiros em detrimento da saúde da vítima, submetida a cirurgias sucessivas, inclusive para fins estéticos, que jamais poderiam ter sido levadas a efeito, restam indicados nos autos” destacou a promotora.
Paciente vítima de suposto cárcere segue internada
A paciente Daiana Cavalcanti Chaves, que acusou o médico Bolívar Guerrero e o Hospital Santa Branca de cárcere privado, segue internada no Hospital Federal de Bonsucesso.
Ela se submeteu a dois procedimentos para remoção de tecido necrosado da barriga e dos seios, e deve passar mais dois para se recuperar completamente.
Relembre o caso
Bolivar foi preso em 18 de julho, quando estava dentro do centro cirúrgico do Hospital Santa Branca, clínica da qual ele é sócio. O cirurgião foi acusado de manter Daiana Cavalcanti, de 36 anos, em cárcere privado na unidade de saúde.
A polícia apontou que a mulher estava em estado grave, com várias complicações após ter feito uma cirurgia plástica.
Daiana tentou ser transferida de hospital, mas segundo ela e testemunhas o cirurgião dificultou a transferência. Ela estava internada no Santa Branca desde junho deste ano.
Alguns dias após a prisão, Daiana conseguiu ser transferida para o Hospital Federal de Bonsucesso, onde se recupera.
Após a prisão, vários outros ex-pacientes de Bolívar denunciaram à imprensa problemas que tiveram com o médico. Alguns disseram que foram operados por uma técnica de enfermagem que atuava com o equatoriano.
Quase 20 processos e 1 prisão
Bolívar Guerrero Silva, segundo levantamento feito pelo g1, responde a pelo menos 19 processos na Justiça. Além das ações judiciais, Bolívar já foi preso, em 2010, na Operação Beleza Pura da Polícia Civil, que terminou com a detenção de oito médicos, entre eles o cirurgião equatoriano.
Na ocasião, ele foi acusado de aplicar um medicamento para preenchimento facial sem registro na Anvisa, além de usar outros produtos falsificados. Segundo as investigações, o produto falso era fabricado em Goiás e distribuído em clínicas de estética no Rio.
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