sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Bebê indígena morre em Arame, e mãe denuncia suposta negligência médica

 

Isadora Araújo Sousa Guajajara, de 5 meses, morreu no dia 17 de agosto deste ano, depois de apresentar sintomas de uma suposta alergia.


Bebê indígena morre na cidade de Arame, no Maranhão


Uma criança indígena morreu no município de Arame, a 476 km de São Luís. Isadora Araújo Sousa Guajajara, de 5 meses de vida, morreu no dia 17 de agosto deste ano, depois de apresentar sintomas de uma suposta alergia.

A mãe denuncia que houve negligência tanto no acompanhamento no polo indígena quanto na assistência médica.

Bebê indígena morre em Arame e mãe denuncia suposta negligência médica

Na certidão de óbito consta que a causa da morte foi parada cardíaca não especificada. A bebê Isadora, de quase seis meses de vida, começou a passar mal com vômitos no início da manhã do dia 16 de agosto. Os pais da criança saíram da aldeia Santo Antônio e levaram a menina para o Hospital Municipal de Arame.

Maria Ribeiro de Araújo, mãe de Isadora, recebeu um encaminhamento médico para Imperatriz, que devia ser regularizado no Polo de Saúde Indígena de Arame. Ela conta que não teve acompanhamento no polo e retornou ao hospital.

O médico de plantão receitou Azitromicina. Maria comprou o remédio que, segundo ela, foi administrado pelo próprio médico no hospital.

Bebê indígena morre em Arame e mãe denuncia suposta negligência médica


“O médico praticamente não me deu orientação nenhuma, ele só falou que ela tava mal, que ela deveria ser encaminhada pra cá. E já foi fazendo o encaminhamento dela. Mas, infelizmente, o encaminhamento que ele fez não serviu. Porque ele fez o encaminhamento, mas não regularizou. É igual o pessoal do polo falou quando eu levei lá, que aquele encaminhamento ali não encaminhava nem cachorro, quanto mais uma criança”, relatou a mãe.

Após a medicação, Isadora não teria reagido bem e, durante a noite, apresentou uma suposta alergia. A mãe relata que ela ficou com o corpo todo inchado e, logo depois, acabou morrendo.

Maria teve gêmeos. Além de Isadora, nasceu também a Isabela. Duas horas e meia depois da morte de Isadora, Isabela começou a vomitar. Os pais da criança alegam que, mais uma vez, não conseguiram apoio do polo e vieram para Imperatriz por conta própria.

No Socorrinho de Imperatriz, Isabela foi atendida e encaminhada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), após ser diagnosticada com intolerância à lactose.

Após os 22 dias de internação, a bebê recebeu alta e foi com a mãe para a Casa de Saúde do Índio em Imperatriz, onde estão alojadas. A criança está recebendo acompanhamento nutricional e pediátrico e vai permanecer na casa até que esteja recuperada.

A coordenação do Polo Indígena de Arame informou que a criança era acompanhada semanalmente pela equipe de área, como todas as crianças indígenas das aldeias do município.

Ainda segundo a coordenação, no dia do ocorrido, um técnico de enfermagem também acompanhou o atendimento no hospital. Além disso, foi feito um relatório que deve ser encaminhado ao Distrito Indígena, em São Luís, cobrando investigação da causa da morte.

A produção da TV Mirante não conseguiu contato com a direção do hospital em Arame.


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