sábado, 19 de setembro de 2020

Distrito Federal terá que indenizar criança que sofreu lesão na perna por tratamento inadequado

 

Para o magistrado, houve omissão do poder público na prestação do serviço.



O juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública do DF condenou o Distrito Federal a indenizar uma criança que sofreu lesão na perna direita por conta do derramamento de bicarbonato de sódio, o que a deixou com sequelas. Para o magistrado, houve omissão do poder público na prestação do serviço.

Consta nos autos que a lesão por extravasamento subcutâneo ocorreu quando a substância estava sendo ministrada por uma veia de sua perna direita, o que teria provocado deficiência. Os fatos aconteceram em 2017 no Hospital Regional de Ceilândia. O autor argumenta que ainda sofre com as sequelas estéticas e motoras, uma vez que possui dificuldade na movimentação do membro. Alega que houve erro no tratamento médico e pede indenização por danos morais.

Em sua defesa, o Distrito Federal afirma que não houve falha por parte da equipe médica.  O réu alega que inexiste ocorrência de responsabilidade civil do estado, uma vez que não há nexo de causalidade entre o problema da autora e a atuação dos médicos da rede pública. Requer a improcedência dos pedidos.

Ao analisar o caso, o magistrado observou que as provas, incluindo o laudo pericial, demonstram o nexo de causalidade entre a omissão do agente público e o dano sofrido pelo autor. Para o julgador, o réu deve indenizar a criança.  “Pelas provas analisadas, restou demonstrada a omissão na prestação da assistência médica necessária ao tratamento do autor, a lesão sofrida, não reparada até o momento, assim como as consequências das sequelas em sua vida. Pelas circunstâncias (...), é devida a reparação dos danos moral”, explicou.

O magistrado observou ainda que houve falha na vigilância da equipe médica. Isso porque, de acordo com o juiz, os profissionais que atenderam o menor deveriam ter adotado tanto a precaução máxima no procedimento quanto as medidas preventivas em caso de eventuais lesões por extravasamentos.

Além disso, a lesão só foi detectada quando a criança foi transferida para outra unidade de saúde. “Não fosse a necessidade de cirurgia para o tratamento da perfuração gástrica, é possível que a lesão química tivesse se agravado, decorrente do tratamento inadequado fornecido pela equipe do HRC”, finalizou.

Dessa forma, o Distrito Federal foi condenado a pagar ao autor a quantia de R$ 60 mil por danos morais.

Cabe recurso da sentença.

PJe: 0700226-40.2020.8.07.0018

JornalJurid



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