Pelo menos 11 casos de negligência médica e violência obstétrica no Hospital Regional de Samambaia (HRSam) são investigados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ao todo, oito médicos foram citados em queixas que variam de ofensas a diagnósticos errados. Tais procedimentos teriam, inclusive, acarretado a morte de recém-nascidos. A reportagem é de Matheus Garzon, do Metrópoles.
Segundo o delegado Guilherme Sousa Melo, da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte), o grande número de ocorrências registradas chamou atenção. “São queixas variadas: as mais graves que identifiquei são na área obstétrica.”
Um dos casos relatados dá conta de que a curetagem em uma paciente foi malfeita e pedaços de gaze foram deixados dentro da mulher. Em outro, um feto teria sido dado como morto, mas nasceu com vida horas depois. “A médica disse que a criança nasceria morta, mas, nove horas depois, o bebê saiu vivo. A demora no atendimento foi tão grande que o recém-nascido acabou perdendo a vida uma hora e meia depois do parto”, relata o delegado.
O passo seguinte das investigações, destaca Guilherme, é confrontar os laudos do Instituto Médico Legal (IML) com os relatórios preenchidos pelos profissionais que trabalham na unidade de saúde. “Será feita a apuração e, caso vejamos a culpa, todos eles serão responsabilizados”, diz.
O que diz a Secretaria de Saúde
Por meio de nota, a direção do HRSam informou que “todas as providências estão sendo tomadas pela direção e pela Superintendência da Região de Saúde Sudoeste”. Ainda de acordo com o texto, “um processo sigiloso foi aberto no âmbito da Secretaria de Saúde”.
A pasta não informou se os médicos investigados continuam exercendo suas funções.
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