Abib Maldaun Neto, que nega abusos, já foi condenado pelo TJ, mas conselho não cassou registro profissional. Ministério Público disponibilizou canal direto por e-mail para receber relatos de possíveis vítimas. Ao menos 5 mulheres fizeram denúncias semelhantes.
Pacientes acusam nutrólogo de SP de abuso sexual
Uma ex-paciente que acusa o médico nutrólogo Abib Maldaun Neto de abusos sexuais durante uma consulta em seu consultório, no bairro dos Jardins, em São Paulo, protocolou uma denúncia contra ele no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) na tarde desta terça-feira (22).
A GloboNews apurou que são pelo menos cinco relatos de mulheres que fizeram denúncias semelhantes contra o médico ao conselho. Elas pedem que a licença dele para clinicar seja cassada.
Um outro ofício foi protocolado pela deputada estadual Marina Helou (Rede Sustentabilidade-SP) pedindo o afastamento do nutrólogo das funções e será acompanhado pela Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da Assembleia Legislativa (Alesp).
A reportagem pediu a posição do Cremesp e da defesa do advogado sobre a nova denúncia e aguarda retorno.
Mesmo condenado em segunda instância por violação sexual mediante fraude pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, o médico nutrólogo continua atendendo com autorização do Cremesp. O médico nega os abusos.
Em julho de 2018, o médico foi condenado em primeira instância. Houve recurso e a condenação em segunda instância ocorreu em 30 de julho e foi divulgada pela revista Veja, sendo confirmada pela GloboNews.
Veja relatos de mulheres que dizem que foram violentadas por nutrólogo em SP
Novos relatos e canal para denúncias
Após a reportagem veiculada pela GloboNews e pelo Fantástico, novas denúncias foram feitas entre domingo (20) e terça-feira. Nas últimas horas, os advogados Fernando Castelo Branco e Raphael Debes Chan Spinola Costa, que já representavam quatro pacientes do médico nutrólogo, foram procurados por mais nove mulheres que também disseram terem sido vítimas de abuso sexual durante as consultas com Abib Maldaun Neto. Dentre elas, uma pessoa que tinha 14 anos na época dos fatos.
Os relatos podem ser enviados para o email: somosmuitas@mpsp.mp.br e serão recebidos por uma equipe especializada, com sigilo em relação aos dados e às informações enviadas.
O mesmo e-mail foi usado pelo Núcleo de Gênero do MP-SP para receber denúncias envolvendo o médium João de Deus. Na época, foram mais de cem mensagens enviadas aos promotores de São Paulo sobre abusos contra mulheres que o procuraram em Abadiânia, em Goiás.
O secretário especial de Políticas Criminais do MP de São Paulo, Arthur Lemos, afirma que as pacientes podem se sentir seguras em procurar ajuda da promotoria, mesmo se os abusos tiverem ocorrido há muito tempo e já estiverem prescrito. Ele explica que todas as informações podem ser usadas para compor prova e ajudar, por exemplo, em novas ações na Justiça.
Abusos durante os exames
De acordo com o relato das vítimas, o crime ocorreu durante a realização de exames físicos. Elas dizem que procuraram atendimento pois ele era um médico renomado e que atendia celebridades. As pacientes não se conhecem, mas tiveram relatos parecidos.
Elas dizem que só tiveram certeza do abuso após conversas com outros médicos e terapeutas.
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