Ao menos duas vítimas registraram boletim de ocorrência relatando abuso sexual por parte do médico, durante consulta, uma em Suzano e outra em São Paulo.
Médico é preso em Suzano suspeito de estuprar paciente
Um ginecologista de 41 anos foi preso na manhã desta segunda-feira (5), em Suzano, por suspeita de estuprar uma paciente. No momento da prisão, ele atendia em uma clínica da rede particular da cidade. O G1 tenta contato com a defesa do suspeito.
Ao menos duas vítimas registraram boletim de ocorrência contra o médico José Adagmar Pereira de Moraes, alegando que foram abusadas sexualmente por ele durante consultas. No entanto, a prisão é referente ao registro policial realizado na Delegacia de Defesa da Mulher de Suzano.
O primeiro relato à polícia foi de uma vítima que informou ter sido atendida em uma clínica particular no bairro da Vila Formosa, na capital. O caso dela foi registrado como violação sexual mediante fraude.
Prisão do ginecologista foi concedida após vítima registrar boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher de Suzano
A estudante, de 23 anos, contou que, durante o atendimento, o médico fez diversas perguntas maliciosas, que aparentemente não condiziam com a ética da categoria. Entre elas: "Se eu te pedir para tirar a roupa aqui, na minha frente, como você ficaria?"
O médico ainda teria pedido para examiná-la sem o uso de luvas. Ao final da consulta, segundo o boletim de ocorrência, ele disse: "O que acontece aqui, fica aqui!".
Já a segunda vítima é uma estudante, de 19 anos, que procurou atendimento em Suzano. Ela relatou à polícia que, durante a consulta, disse ao médico que buscou ajuda profissional porque sentia dores ao manter relações com o namorado. O profissional, segundo o relato da jovem, disse então que ela teria de ter mais parceiros sexuais em sua vida. Este caso foi registrado pela polícia como estupro.
Ao examiná-la, a vítima relatou que o médico passou as mãos em suas partes íntimas, incluindo os seios, fazendo massagem, e questionando se ela sentia prazer.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, a estudante disse que o médico solicitou que ela fizesse exames, mas que voltasse ao consultório ainda que os resultados não estivessem prontos. Nesse momento, ainda segundo o relato, a estudante contou ao ginecologista que não estava se sentindo à vontade, e ele disse que era parte do tratamento. O boletim de ocorrência deste caso foi registrado como estupro.
O mandado de prisão preventiva, expedido pela 1ª Vara Criminal de Suzano, ao ginecologista foi cumprido na manhã desta segunda-feira, na unidade médica da Vila Mazza, em Suzano.
Ele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e depois deverá ser encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP).
Em nota, o convênio responsável pelo atendimento tanto em Suzano como em São Paulo informou que:
“O Centro Clínico de Suzano do Grupo NotreDame Intermédica recebeu, em 22 de setembro de 2020, através de um dos seus canais de comunicação, uma reclamação contra o Ginecologista Dr. José Adagmar Pereira de Moraes, profissional que pertence a uma empresa médica terceirizada, sobre um suposto atendimento que o mesmo teria realizado à uma paciente sem a utilização de luvas.
A partir dessa reclamação foram iniciadas apurações internas, já que o referido médico afirmou ter realizado o atendimento dentro dos cuidados e protocolos normais, negando a falta de luvas.
Foi feito um contato com a paciente para compreensão e detalhamento dos fatos, para embasar a apuração interna e não havia fatos anteriores registrados. Em meio a apuração, o Grupo foi surpreendido com a informação de que o referido médico teria tido a Prisão Preventiva decretada.
O referido médico foi afastado definitivamente das suas atividades no Grupo.
O Grupo NotreDame Intermédica não tolera qualquer tipo de violência ou assédio e repudia com veemência qualquer tipo de ato nesse sentido. O Grupo está colaborando de forma irrestrita com a investigação policial".
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