Criança morreu na UTI Neonatal do Nardini a espera de vaga
para transferência.
Neste sábado (10/10) foi enterrada a pequena Kemilly de Souza Passaretti, de 19 dias de vida. A bebê, que nasceu no dia 20 de setembro com 3,4 quilos, tinha um problema no coração chamado de Síndrome de Hipoplasia do coração esquerdo, que é quando um lado do órgão não se desenvolveu. A família relata que desde o quarto dia de vida a criança já tinha um diagnóstico e precisava ser transferida, o que não chegou a acontecer.
Para a mãe da criança, Aline Aparecida Passaretti, de 35 anos, houve demora para a transferência da criança para um hospital especializado para a cirurgia que ela necessitava. “Minha filha estava na UTI sendo medicada. No quarto dia o médico me disse que ela tinha um problema no coração, mas ele me falou normal, igual estou falando agora, não deu entender que era tão grave. Chegaram a me dizer que ela estava na fila da Cross (Central de Regulação e Ofertas de Serviços de Saúde) e que conseguiam manter ela viva até três meses enquanto conseguiam uma vaga. Eu ia todo dia na visita e diziam que minha filha estava estável, só na quarta-feira disseram que o estado dela era muito grave, que era uma luta contra o tempo”, relata.
Relatório Médico aponta o problema no coração de Kemilly.
A mãe procurou prefeitura e a Câmara, conseguiu contatos, mas a ajuda não chegou. “Me desesperei, fui atrás de ajuda, mas não deu, na quinta-feira minha filha piorou e foi entubada, na sexta-feira (09/10) às 22h35 ela morreu. Se falassem logo no quarto dia que ela estava tão grave, talvez eu tivesse feito mais, ia atrás de tudo que é hospital e médico, mas não avisaram e minha filha morreu”, disse a mãe.
Em nota, a prefeitura sustenta que foi informado à família a gravidade do estado de saúde de Kemilly. “Temos um médico cardiologista pediátrico na neonatal, que inclusive conversou com a mãe sobre a gravidade da bebê. Desde que o problema foi identificado a Kemily foi inserida no Cross para cirurgia cardíaca. O caso da bebê era considerado gravíssimo”.
A Secretaria de Saúde do Estado também foi questionada pelo RD sobre a demora por vaga, e sustentou que o caso da criança evoluiu rapidamente. “A Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross) informa que iniciou imediatamente a busca por leito para o caso da bebê K.S.P., que estava assistida no serviço de origem, mas seu quadro clínico rapidamente evoluiu negativamente, indo a óbito. Cabe reforçar que apenas a disponibilidade de vagas não é suficiente para que um paciente seja transferido. É necessário que ele apresente condições clínicas, com quadro estável e livre de infecções, por exemplo. Além disso, é necessária a atualização diária da ficha com quadro clínico, sinais vitais e informações do paciente para que a busca ocorra em serviço apropriado para o caso”, informou a pasta estadual.
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