sábado, 2 de setembro de 2017

Médico é punido por morte de bancária que teve complicações após implante de silicone em Sorriso, diz familiar



Lauriane Lauterer afirmou, em entrevista à Rádio Sorriso, que o médico responsável pela cirurgia de implante de silicone na irmã dela, Viviane Souza Romeiro Lauterer de 26 anos, foi punido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) por oito votos favoráveis e sete contrários. O caso foi analisado em Cuiabá, ontem à noite. Segundo ela, o cirurgião Sérgio Evangelista sofrerá uma repreensão de censura pública. A decisão ainda cabe recursos no Conselho Federal de Medicina (CFM).
 
“Propusemos a denúncia ainda em 2014. Ele foi condenado pelos conselheiros em Cuiabá. Foi reconhecido a imprudência, negligência, imperícia, irresponsabilidade, falta de aparelhagem e ambulância no local. Não achamos justo o que aconteceu. A pena foi apenas uma censura pública. Continuaremos a brigar pela cassação do registro médico dele. O último voto foi do presidente da mesa, que votou apenas pela censura. Esse tipo de profissional não pode estar no mercado de trabalho”.
 
Lauriane explicou que Viviane fez uma mamoplastia de aumento dos seios, passou mal com falta de ar dias após a cirurgia e acabou falecendo. “Ela fez uma mamoplastia no dia 28 de fevereiro. Depois disso, passou muito mal com falta de ar. Ao chegar no hospital, os enfermeiros aplicaram alguns remédios para tirar a dor. O médico chegou uma hora depois e disse que ela estava com muita ‘frescura’. Que ele sabia que a Vivian estava muito bem. Porém, não estava e não respirava bem. Ele resolveu levar ela em um carro de uma funcionária do hospital. No entanto, não chegamos nem no pátio do hospital e ela asfixiou e morreu no local”.
 
Conforme Só Notícias já informou, Viviane Lauterer faleceu no dia 7 de fevereiro de 2014. Na época, Sergio Evangelista lamentou "a fatalidade" e disse que a cirurgia foi com anestesia local, que durou uma hora e meia e ela recebeu alta horas depois. Em casa, teve episódios de dor, de desconforto, dentro de um quadro pós-operatório. Ela retornou à clínica por causa da dor e a investigação era dor de origem muscular ou outra causa. “Estávamos preparando para fazer avaliação fora, em clínica externa, com raio-x quando ela apresentou parada cardiorespiratória. Imediatamente, ela recebeu atendimento de emergência, com as manobras ressuscitativas e tivemos ingresso de outros médicos.
 
Apesar de todas as manobras, não houve melhora no quadro cardio-respiratório. Minutos depois, como não havia melhora e havia dúvida quanto a ventilação, foi optado por drenagem torácica nos lados esquerdo e direito. Foram encontrados pneumotórax - bohla de ar dentro do tórax que pode ser causada por vários fatores. Não identificados nenhum fator. Existe a causa pneumotórax espontânea.
 
Outros médicos participaram do atendimento e todos eles não encontraram causas que gerassem um trauma. Não havia sangue dentro da cavidade torácica, não havia o que justificasse uma origem traumática, seja anestésica ou cirurgia", explicou Evangelista. Ele acrescentou que o pneumotórax atinge o pulmão através de alguma bolha se rompe e começa a encher a cavidade torácica de ar. Nesse momento começa a restringir a respiração”, disse o médico anteriormente, ao Só Notícias.
 
Outro lado

 Procurado por Só Notícias, o hospital onde o profissional trabalha divulgou nota informando que, "em respeito a imprensa, amigos e pacientes informa que referente a sessão de julgamento ocorrida na data de ontem em Cuiabá, seguindo os termos do artigo 1° do Código de Processo ético-Profissional os processos tramitam em caráter sigiloso dentro dos Conselhos de Medicina. Assim, somente após o transito em julgado da decisão é que a pena deve ser aplicada ao profissional médico.
 
Os riscos existem, sendo de conhecimento do médico e paciente, mas ninguém deseja que complicações ocorram. Por isso investimos tanto em segurança ao paciente e profilaxias, seguimos rigorosamente todas as exigências vigentes na área da saúde. O hospital nega veemente que haja outros casos de imperícia, imprudência ou negligencia julgados ou em julgamento".
 

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