quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Polícia consegue autorização para exumação de bebê morto após parto com fórceps em São Roque

 

Segundo a Polícia Civil, procedimento de ser realizado nesta semana. Família diz que criança sofreu lesão grave no pescoço e não resistiu.
Bebê morreu três horas após parto normal com fórceps na Santa Casa de São Roque.
 
(Foto: Reprodução/TV TEM )
 
A Polícia Civil informou que a Justiça autorizou a exumação do corpo do bebê que morreu horas depois de nascer, na Santa Casa de São Roque (SP), após o uso de fórceps. A informação foi divulgada pela polícia nesta segunda-feira (11).
 
Segundo a investigação, o procedimento foi autorizado na quarta-feira (6) e deve ser realizado durante esta semana. Os policiais entrarão em contato com o Instituto de Criminalística, o Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba e com a administração do cemitério de São Roque para o agendamento.
 
Após a realização, o IML e o Instituto têm até 10 dias para encaminhar um laudo conclusivo, que deve esclarecer as causas da morte da criança, apontada pela família por uma lesão no pescoço durante o parto.
 
A certidão de óbito da criança foi registrada como causa da morte desconhecida.
 
Três investigações
 
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e a Santa Casa de São Roque abriram uma sindicância interna para apurar as causas da morte e a conduta do médico, que foi demitido da unidade hospitalar um dia após o parto, segundo o hospital.
 
Ao G1, o Cremesp informou que o profissional não autoriza a divulgação de contatos e que instaurou a investigação. No entanto, a sindicância leva, em média, de seis meses a dois anos para ser concluída e tramita em sigilo processual. O médico não foi localizado para comentar o caso.
 
A Santa Casa não informou as causas da demissão e disse que ainda realiza a apuração. Nesta segunda-feira, a mãe do bebê, Roseli Pereira da Silva, que esteve internada na unidade, foi ao local com um advogado e teve acesso ao prontuário, que foi recolhido para ser anexado ao processo que tramita na Justiça, aberto pela família.
 
'Hematomas e dores'

O drama da diarista Roseli Pereira da Silva, de 43 anos, começou no dia 19 de agosto, quando ela deu entrada na Santa Casa de São Roque com fortes dores. No local, ela ficou em observação médica.
 
Horas depois, houve troca de plantão entre os médicos e uma nova tentativa por parte da família em resolver o problema da gestante, que havia pedido o procedimento de cesárea para retirar a criança.
 
“Eu tinha indicação da ginecologista do postinho da cidade, que acompanhou minha gravidez, para que o parto fosse cesárea, não natural. Acho que por conta da minha idade, poderia ser um parto arriscado”, disse.
 
Segundo Roseli, o médico - agora investigado - teria insistido para que o parto fosse natural e pediu a aplicação de soro para prepará-la para o procedimento, que demorou cerca de duas e precisou do uso de fórceps – aparelho para retirar a criança.
“Não estava aguentando mais, não tinha forças e o bebê não saía. Quando eu escutei o médico pedindo para pegarem [o aparelho] eu pedi: 'pelo amor de Deus que não usasse'. Foi horrível”, contou.
 
Eloah Christine da Silva morreu três horas depois do nascimento e Roseli ficou internada quase 10 dias com machucados nas partes íntimas. "Vou fazer acompanhamento psicológico. Fisicamente, estou com vários hematomas e ainda sinto dores", afirmou assim que deixou a unidade.
 
Em entrevista à TV TEM, o pai da criança contou que a mulher teve uma gestação tranquila e desconfia de negligência médica, já que a menina morreu horas depois de nascer.
 
“Ela teve uma gestação maravilhosa. Em nove meses, ela fez oito ultrassons e estava tudo certo. Não tinha nada para dar errado. A dor que eu estou sentindo não desejo para pai nenhum”, ressaltou Adilson da Silva.
 
 

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