O Sindicato dos Médicos do Ceará denunciou ontem ao Ministério Público do Estado (MPCE) o funcionamento precário do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). De acordo com o sindicato, o serviço opera atualmente com frota reduzida, sendo cinco ambulâncias básicas e três de UTI em Fortaleza. Segundo o Ministério da Saúde, é necessário um veículo básico para cada 150 mil habitantes e um de UTI para cada 450 mil. Com população estimada em 2,6 milhões, Fortaleza precisaria ter, no mínimo, 18 unidades básicas e outras seis de UTI.
“Essa redução de frota resulta em profissionais atuando com sobrecarga de estresse. E quando ele atua em condições adversas fica prejudicada a qualidade do trabalho”, critica o sindicato. O MPCE confirmou o recebimento da denúncia, mas afirmou que ela será protocolada apenas hoje.
Gerente do Samu em Fortaleza, Daniel Lima confirma que o serviço operou ontem com frota na quantidade apontada pelo Sindicato dos Médicos, justificando que parte dos veículos está em manutenção. Ele argumenta que o déficit se dá porque o Ministério da Saúde não repassou 11 veículos que eram esperados para 2016, pois foi alterada a periodicidade de renovação da frota de três para cinco anos.
“Nossa frota tem desgaste técnico muito grande e precisa de tempo para manutenção de motor, suspensão e funilaria. A Prefeitura já está providenciando três novas ambulâncias com recursos próprios”, explica Daniel, afirmando que em Fortaleza operam 20 unidades básicas e cinco de caráter intensivo.
A denúncia também aponta falta de veículos no Interior. Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) informa que dez das 92 ambulâncias no Ceará estão em manutenções preventiva e corretiva e que elas ocorrem “de acordo com a quilometragem dos veículos e as possíveis dificuldades técnicas que podem apresentar”. (João Marcelo Sena)
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