Após duas pessoas morrerem nos últimos dias por uma possível decorrência de falta de atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município de Irecê, vereadores da oposição requereram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigarem a causa das mortes. Eram necessárias sete assinatura e oito vereadores subscrevem o documento.
No dia 30 de agosto, a dona de casa Natália Oliveira, de 21 anos, acusou a UPA de Irecê de negligência médica, após o marido morrer por complicações provocadas por um diagnóstico tardio de apendicite. De acordo com a jovem, o operador de máquinas Romilson Lima de Araújo, conhecido como Erick, de 24 anos, foi atendido quatro vezes na unidade de saúde, sentindo os sintomas de apendicite, durante uma semana, antes de ser transferido para o Hospital Regional de Irecê, onde uma tomografia constatou a doença. Pelo diagnóstico tardio, Romilson não resistiu e faleceu seis dias depois.
Já nesta quarta-feira (13), internautas atribuíram a morte da jovem Jack Silva, 22 anos, também pela falta de atendimento na unidade de saúde. De acordo com a mensagem, a mulher, conhecida como “Nega”, foi atendida no último domingo (10), na UPA, Com um quadro de vômito e fortes dores no abdome e costelas. Na última terça (12), a vítima teria ido a UPA, mais uma vez, por continuar sentindo dores, mas não conseguiu atendimento e voltou para casa. Na quarta foi encontrada desacordada em casa, quando se preparava para procurar ajuda médica novamente, mas morreu antes de chegar ao hospital.
Por esses casos, o requerimento trata como “péssimo atendimento prestado pela referida unidade o que causa insatisfação da sociedade que deveria ser bem assistida”. Em conversa com o BNews, o vereador Antônio de Jesus (PRB) disse que a saúde na cidade está abandonada. “Não é o que a gente precisa. Infelizmente [a saúde] tem ido de mal a pior. Há um gargalo e a população vem sofrendo. Falta planejamento”, disse.
Assinam ainda o requerimento da comissão, os vereadores Leonardo da Silva, Consuelo Dourado, Espedito Moreira, Edilson Cachoeira, José Irisvan, Margarida Cardoso e Valdereis Lopes.
Ao BNews, o secretário de governo da prefeitura de Irecê, João Gonçalves, refutou a acusação dos vereadores apontando para perseguição política. O secretário disse estar à disposição para investigações. “A prefeitura de Irecê não teme nenhum procedimento investigativo porque o governo sempre se pauta pela legalidade e pelos princípios técnicos. Saliente-se que a Secretaria Municipal de Saúde tem cumprido com todas as suas obrigações. Se é que ocorre alguma questão de ordem clinica, isso está sendo apurado pela secretaria de saúde e pelo Conselho Regional de Medicina. Não temos nenhuma dúvida que os profissionais da unidade de pronto atendimento tenha agido com absoluta correção e que uma CPI nesse sentido não passa de um ato político adotado por uma oposição que se apega a qualquer coisa para se aparecer. Ao fim das investigações do conselho regional de medicina uma vez constatando qualquer falha, os responsáveis serão devidamente penalizados”.
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