Marcela Vitória passou mal e procurou hospital à noite, em Uruaçu. Na manhã seguinte, descobriram que o bebê estava morto, e ela não resistiu à cirurgia para retirar o filho. Secretaria de Saúde investiga o caso.
Família denuncia médica por omissão de socorro a grávida que acabou morrendo |
A família de Marcela Vitória Serra Rodovalho, de 21 anos, denuncia que a jovem morreu por omissão de socorro em Uruaçu, no norte goiano. Segundo Maria Divina, a filha estava no 7º mês de gestação, se sentiu mal, foi à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas a transferiram para um hospital particular, onde a obstetra que estava sobre aviso se negou a atendê-la.
“Ela foi avisada que a Marcela estava passando muito mal. Ligaram para ela, e ela falou que não poderia atender a Marcela por causa que ela iria embora para casa. Então não foi atendida pela médica”, relatou a mãe.
Marcela procurou atendimento na noite do último dia 7. De acordo com os familiares, após a obstetra negar atendimento à paciente, um clínico geral que estava de plantão pediu à Central de Regulação de Porangatu a transferência da jovem para um hospital de Goiânia. No entanto, o transporte não ocorreu.
Na manhã seguinte, em 8 de março, Marcela Vitória passou por exames e constataram que o filho estava morto. Durante o procedimento de retirada do bebê, ela teve complicações e morreu.
Parentes da gestante ficaram revoltados com a morte dela e protestaram pelas ruas da cidade cobrando a apuração do caso.
“Quero justiça, não pode continuar assim, a gente está triste pela perda da Marcela, mas temos que tentar salvas outras vidas”, disse a mãe da jovem.
O secretário de Saúde de Uruaçu, David Damaceno, disse que vai investigar a atuação dos médicos. “Instauramos uma sindicância para apurar se houve negligência por parte da médica, também foi instaurada uma comissão de óbito para investigar a causa da morte, as devidas providências estão sendo tomadas”, afirmou.
A médica trabalha a serviço da prefeitura no Hospital Santana. Ela está afastada do atendimento a gestantes até o fim da investigação.
Em relação ao transporte da paciente não ter sido feito, a Central de regulação de Porangatu disse que entrou em contato com o plantonista para informar que ela poderia ser transferida em uma ambulância municipal acompanhada de enfermeira e que o médico não solicitou uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel. Para a unidade, a responsabilidade do transporte, neste caso, seria do município.
Por sua vez, a Secretaria de Saúde de Uruaçu disse que não recebeu do hospital o pedido da ambulância para a transferência da paciente e ressaltou que o caso será esclarecido depois que a investigação for concluída. Já a direção do hospital alega que não fez o pedido de ambulância ao município porque não seria responsabilidade do hospital.
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