sexta-feira, 16 de março de 2018

MPMG apura casos de bebês com cabeças separadas dos corpos durante partos em Araguari

Procedimentos foram feitos pelo mesmo médico na Santa Casa da cidade, em 2017 e 2018. Perícia foi feita em documentos e polícia também investiga ocorrências.

Dois bebês tiveram cabeça separada do corpo durante parto em Araguari (Foto: Reprodução/TV Integração)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apura, através de um inquérito civil público, os dois casos de bebês que tiveram a cabeça separada do corpo durante partos em Araguari. Segundo o promotor Fernando Henrique Zorzi Zordan, a investigação pretende mostrar quais as responsabilidades na esfera civil administrativa, como, por exemplo, se houve erro médico.

Os dois partos foram realizados pelo mesmo obstetra que segundo o MPMG é servidor público e continua trabalhando sem prejuízos. O primeiro caso aconteceu em 30 de outubro de 2017. A mãe Tânia Borges Vieira da Silva, de 41 anos, contou ao G1 na época que a cabeça e o corpo da menina foram separados durante o parto.

“Quando cheguei ao hospital ouvi enfermeiras falarem que eu precisava ser atendida com urgência para não ter risco de morte. Duas enfermeiras empurravam o neném pela barriga e o médico o puxava pelo pé. O bebê ficou preso na bacia e quando nasceu não me deixaram ver. Escutei o médico falar para me encaminhar para a cesárea e fiquei sem entender, pois o bebê já havia nascido. Então passei a mão na barriga e senti que a cabeça da criança ainda estava dentro do meu corpo”, disse Tânia.

A Polícia Civil também está no caso e apura se houve crime. Em nota, a assessoria de comunicação da polícia disse que o inquérito está em fase de encerramento. "Diversas pessoas foram ouvidas e outros procedimentos pertinentes à investigação foram adotados. O inquérito foi encaminhado à Justiça com pedido de dilação de prazo e, assim que retornar, será concluído", diz o texto.

Na ocasião, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) chegou a abrir sindicância para apurar o caso. A reportagem questionou o CRM nesta quinta-feira (15) sobre os resultados do procedimento e aguarda retorno.

O promotor Fernando Zorzi explicou que vários documentos foram encaminhados para perícia do MPMG e que pretende encerrar o inquérito sobre esse caso dentro de 30 dias. "Estou aguardando o resultado da perícia e após isso já teremos um parecer e se haverá denúncia ou não", finalizou.

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