Ela acredita que o filho foi vítima de negligência médica em 1ª consulta em UPA e que uma ambulância poderia ter salvo a criança, na sexta-feira (23). Prefeitura e polícia vão investigar caso.
A mãe do bebê de 1 ano e 6 meses que morreu na sexta-feira (23) após passar por duas consultas em 1 semana na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Cidade Aracy, em São Carlos (SP), acredita que o filho foi vítima de negligência médica.
Dayane Godoy da Luz também acredita que o filho estaria vivo se tivesse sido levado de ambulância para o Hospital Universitário da UFSCar. "Nada vai trazer meu filho de volta, mas eu quero justiça", desabafou.
A Secretaria Municipal de Saúde abriu sindicância para apurar a denúncia. Um boletim de ocorrência foi registrado e Polícia Civil vai investigar o caso.
Dois atendimentos em uma semana
A primeira vez que ela levou João Pedro Godoy da Silva na UPA foi na segunda-feira (19). Ela disse que ele foi diagnosticado com um resfriado forte e liberado sem fazer exames.
"O médico viu ele e ao invés de medicar ou chamar alguém mais especializado, ele nem tocou no meu filho, não tem medição de febre, não tem pulsação, não tem nada na ficha de atendimento. Fico indignada e quero justiça', afirmou.
O médico não quis gravar entrevista, mas negou qualquer erro. Disse que o exame clínico apontou infecção no nariz e na garganta, mas nada grave.
Disse ainda que a UPA não faz hemograma ou raio X que poderiam ter ajudado em um diagnóstico mais preciso.
Retorno à UPA
Na sexta-feira (23), após a criança ter vômitos e dificuldade de respirar, a mãe voltou à UPA. Dessa vez, o médico que a atendeu constatou pneumonia e fez o encaminhamento para Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mas não havia ambulância.
"Porque abrir uma UPA dessas se não tem um transporte para levar para o hospital? A gente tinha carro, mas e quem não tem? Ia morrer do mesmo jeito. Isso vai acontecer mais quantas vezes?”, afirmou Dayane.
Os próprios familiares levaram a criança, que perdeu os sentidos no caminho. No Hospital Universitário, os médicos tentaram uma reanimação por cerca de uma hora, mas a criança não reagiu.
“Foi negligência, com certeza. As mulheres [do HU] viram que não tinha mesmo jeito, que ele chegou morto, sendo que ele estava em outro hospital antes. Se ele tivesse ido de ambulância, ele estaria vivo agora”, disse.
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