domingo, 31 de maio de 2020

Médica acusada por Prefeitura de trabalhar com suspeita de Covid-19 diz que é vítima de perseguição

Na nota, ela ainda lamentou que a doença esteja sendo usada 'de maneira política' e disse que não trabalhou sabendo do diagnóstico positivo para coronavírus.


Médica se defende após ser flagrada trabalhando infectada pela Covid-19 no ES

A médica que, segundo a prefeitura de Guarapari, teria ido trabalhar mesmo com suspeita de Covid-19 disse estar sofrendo “perseguição política” e que estaria tendo “a sua imagem arranhada por mentiras propositalmente divulgadas”.

A profissional se posicionou por meio da assessoria jurídica nesta quinta-feira (28).

O nome da profissional não foi divulgado pela Prefeitura e nem pelo hospital em que ela atua. A nota diz que a médica foi surpreendida “de maneira criminosa” com as “falsas notícias” sobre estar trabalhando depois de receber uma notificação da Secretaria de Saúde do município sobre a suspeita de Covid-19.

A nota da assessoria jurídica reforçou que ela realizou os testes de Covid-19 por iniciativa própria, por estar na linha de frente do combate à doença, e não por ter sintomas da doença.

Ainda segundo o documento, os resultados dos exames dela saíram positivos nos dias 19 de maio e 22 de maio, “já após estar em isolamento social e afastada da própria família”.

Diante dessa alegação, a nota declara que “em nenhum momento a profissional de saúde agiu de má fé colocando em risco pacientes e familiares”.

A Prefeitura, entretanto, alega que o caso da médica havia sido notificado como suspeito na plataforma do Sistema Único de Saúde (SUS) desde o dia em que ela colheu o exame em um hospital particular, no dia 13.

Desde então, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ela estaria sendo monitorada por telefone e deveria estar cumprindo isolamento. A ação que flagrou a profissional atuando em um hospital particular da cidade aconteceu no dia 19.

Fake news


Na nota, a assessoria da médica lamenta que a doença “seja usada pela Secretaria Municipal de Saúde de maneira política” e diz que “os responsáveis por tal calúnia serão responsabilizados”.

Além disso, afirma que ela foi surpreendida por “fake news de que estaria trabalhando ciente de estar contaminada pela Covid-19 e descumprindo ordem de isolamento social da Secretaria de Saúde de Guarapari”.

O caso


Segundo a Prefeitura, o nome da médica foi incluído no sistema de monitoramento de casos suspeitos de coronavírus por um hospital de Vitória no dia 13 de maio, porque ela fez o exame que detecta o coronavírus.

Diante do registro, segundo a Prefeitura, ela passou a receber "todos os cuidados e orientações do município" e, por ser considerada uma paciente com suspeita da doença, a médica deveria estar cumprindo isolamento.

Mas, de acordo com o hospital em que a médica foi flagrada trabalhando, ela estava assintomática e só fez o exame que a colocou como caso suspeito por "desencargo de consciência", já que atua na área da saúde e está na linha de frente no atendimento a pacientes com a suspeita de Covid-19.

Quando foi flagrada pelas equipes das vigilâncias Sanitária e Epidemiológica trabalhando no hospital, no dia 19, ela ainda não tinha o resultado do exame.

Diante da situação, a médica assinou o termo de isolamento na presença das autoridades sanitárias e interrompeu as atividades. Depois disso, ela passou por um novo exame, que confirmou a doença.

Secretário comenta o caso


"Ela vai ser investigada, já foi denunciada e terá todo direito de ampla defesa junto ao Conselho Federal de Medicina e aos órgãos que estão investigando o caos. Romper o isolamento social e submeter mais pessoas a risco é crime previsto pelo Código Penal. Todos que o fizerem, pior ainda se forem profissionais de saúde, cometem uma grave infração, desrespeito ao nosso código de ética médica e podem, inclusive, perder o registro profissional, ser preso, pagar multa", disse o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes.


Testemunha diz que clínica da Zona Sul do Rio foi negligente diante de denúncia de casos de abusos sexuais

Jovem de 21 anos denunciou ter sido estuprada por pacientes de clínicas e que funcionários ignoraram pedidos de socorro. Rapaz que transmitiu pedido de socorro contou que viu outro caso de abuso enquanto esteve internado.


Rapaz que ajudou jovem que diz ter ser estuprada em clínica dá mais detalhes

Funcionários de uma clínica de saúde particular na Gávea, Zona Sul do Rio, teriam sido negligentes diante casos de abusos sexuais cometidos entre pacientes internados na unidade. É o que afirma um rapaz que ajudou a socorrer uma jovem de 21 anos que denunciou ter sido vítima de estupro no local.

denúncia de abuso sexual na clínica foi exibida pelo RJ1 nesta quinta-feira (28). A vítima passou um mês internada na unidade e foi retirada pela mãe após o rapaz, que também era paciente da clínica, ligar para ela contando que a filha pedia socorro.

O rapaz passou 15 dias internado na mesma clínica da Gávea. Ele contou que ouviu o pedido de socorro no dia em que teve alta. Revelou ainda que já havia percebido um outro caso de abuso na mesma unidade de saúde.

“Quando eu estava saindo da clínica, no dia que eu saí, ela anotou o telefone da mãe, me deu e pediu pra eu ligar para mãe para dizer que ela estava sendo estuprada lá dentro”, contou o rapaz.

A jovem diz que foi abusada por três pacientes enquanto estava dopada e sem forças pra resistir. Ela contou que a violência aconteceu pelo menos duas vezes e que pediu ajuda a médicos, psicólogos, assistente social e enfermeiros, mas que foi tratada com deboche e negligência.

A mãe disse que procurou a clínica no mesmo dia em que o rapaz a telefonou. Na ocasião, o atendente da recepção permitiu que a mãe conversasse com a filha pelo telefone. Foi então que a jovem pode contar o que vinha acontecendo na clínica. Ela chegou a temer pela própria vida.

“Ela começou a chorar desesperadamente. ‘Mãe, mãe, mãe, pelo amor de Deus, me tira daqui. Eles vão me matar aqui. Eu estou sendo estuprada, me tira daqui", contou a mãe.

A mãe tirou a filha da clínica e a levou a uma ginecologista, que atestou lesões.

Tanto a testemunha quanto a jovem que alegou ter sofrido o abuso disseram que avisaram a clínica sobre tudo o que estava acontecendo. Eles afirmam que ninguém tomou uma providência. Segundo eles, os funcionários e a direção sabiam o que se passava ali dentro dos portões, mas faziam "vista grossa".

A mãe que denunciou o abuso diz que a filha saiu da clínica pior do que entrou. Ela teve que ser encaminhada para uma outra unidade de saúde, onde continua internada.

A mãe disse que trouxe o caso a público para evitar que o mesmo aconteça com outros pacientes. “Isso é um crime. Isso é uma tragédia”, enfatizou.

Testemunha viu outro caso


O rapaz, que fez a denúncia revelou, ainda, que durante as duas semanas de internação, viu outra jovem sendo abordada pelos mesmos agressores.

“Eu vi, com os meus olhos, tinha uma garota completamente, que andava completamente grogue o dia inteiro. Ela mal conseguia andar, não conseguia comer direito, totalmente dopada. E aí, esse cara chegou, pegou na mão dela e começou a levar ela para um quarto, que não era dele, nem dela. Um quarto que estava vazio. E eu vi isso na hora e gritei ‘ô, o que que é isso aí, o que é isso aí?’”, contou o rapaz.

Uma outra testemunha conta que tem um sobrinho internado na mesma clínica. Ela é profissional de saúde e estranhou o fato de que, ali, pacientes homens e mulheres compartilham a mesma área.

“Unidade de psiquiatria tem que haver homens em uma unidade, mulheres em outra unidade. Durante a noite, fica homem e mulher tudo na mesma enfermaria, entendeu? Isso não pode acontecer”, disse a mulher.

Drogas na clínica


O pai de uma jovem que também já ficou internada na clínica fez outra denúncia. Segundo ele, drogas são levadas para dentro na unidade.

“Vinha um mototáxi subindo ali aquelas curvas todas, ia pelo lado da grade e jogava dentro de uma maçã, de maçã, por cima, jogava com pedra por cima da grade”, disse o homem.

Segundo ele, o consumo de drogas entre pacientes foi confirmado durante um sábado em que foi visitar a filha.

“Eu comecei a conversar no dia de sábado, que era dia de visita, conversar com as outras pessoas que estavam internadas lá. E todos falavam a mesma coisa, que só não usa aqui quem não quer droga”.

Clínica nega negligência


Em vídeo, o diretor administrativo da clínica, Neube Brigadão, alegou que uma unidade psiquiátrica está sujeita a "todo tipo de denúncia infundada".

"A Clínica da Gávea esclarece que nunca divulga informações sobre seus pacientes por razões éticas, mas nunca se recusou a fornecer qualquer prontuário quando solicitado pelo paciente ou pelo seu responsável legal. Esclarece ainda que, como todo hospital psiquiátrico, está sujeita a todo tipo de denúncia infundada, cabendo às autoridades policiais averiguação da veracidade dos fatos e ao judiciário a penalização de quem infringiu a lei", disse o diretor.

Depois de enviar o vídeo, a clínica mandou uma nota com outras informações. Disse que não tinha conhecimento das supostas ocorrências relatadas na reportagem e que não acredita que seus profissionais teriam se omitido caso soubessem de algo.

A clínica disse ainda que está contribuindo com a investigação da polícia e pede que a sociedade espere pela conclusão do inquérito para que não sejam cometidas injustiças.

Embora questionada, a clínica não se manifestou sobre não haver separação de pacientes homens e mulheres no setor psiquiátrico. Também não comentou sobre a denúncia de entrada de drogas na clínica e sobre o relato do rapaz que diz ter visto outra mulher sendo abordada pela mesma pessoa que teria estuprado a jovem de 21 anos.


Por que milhares de pessoas morrem de “eventos adversos”?

Pois essa é a terceira causa de morte no Brasil



A doença cardiovascular e o câncer são as duas maiores causas de morte no Brasil. Juntas, correspondem a quase 45% dos óbitos no nosso país. Imagino que esta informação não seja nenhuma surpresa, mas você saberia dizer qual é a terceira causa de morte no nosso meio? Baseado nos mesmos dados do Ministério da Saúde, a resposta seria as doenças do aparelho respiratório (11,8% das causas de morte) e causas externas (11,4%).

Entretanto, existe outra causa de dano e morte que não aparece nos atestados de óbito e, portanto, não é catalogada: eventos adversos. Evento adverso pode ser definido como o incidente que resulta em dano ao paciente, podendo inclusive levar a morte. A distinção entre os eventos adversos e outros desfechos indesejados está basicamente na natureza das lesões. No evento adverso, a morte não ocorre pela evolução natural da doença, e sim por uma lesão não intencional causada no cuidado ao paciente. Alguns exemplos de eventos adversos são a infecção hospitalar, o atraso ou erro em diagnóstico, problemas relacionados a cirurgias e erros de medicação.

Afinal, qual a frequência de eventos adversos e sua relação com mortes? Em 1999, o relatório “errar é humano” do Instituto de Medicina dos Estados Unidos concluiu que a atividade de atendimento na saúde não era uma prática infalível e que havia grande probabilidade de causar eventos adversos. A conceituada revista British Medical Journal publicou, em 2016, um artigo intitulado “Medical error-the third leading cause of death in the US”, que posiciona as mortes relacionadas a danos durante o cuidado à saúde como a terceira causa de morte também nos Estados Unidos, atrás apenas das mortes de causa cardiovascular e câncer. No Brasil, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais apresentaram, em 2017 e em 2018, o “Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil” que avaliou, por meio de dados coletados de altas de pacientes em hospitais públicos e privados, o impacto de condições adquiridas na mortalidade. Concluíram que, se erros assistenciais associados à assistência hospitalar fossem considerados um grupo de causa de óbito, teríamos de 120.514 a 302.610 mortes e, assim, a mortalidade destes eventos estaria entre a segunda e quinta posição de causas de óbito no Brasil.

Em relação aos eventos adversos decorrentes do uso de medicamentos, o National Coordinating Council for Medication Error Reporting and Prevention define o erro de medicação como “qualquer evento evitável que possa causar ou induzir ao uso inadequado de medicamentos ou danos ao paciente” e que podem ser cometidos em qualquer etapa da sua utilização, seja na prescrição, dispensa ou administração, tanto pelo próprio paciente quanto pelos profissionais de saúde. Há casos registrados de problemas relacionados ao uso de medicamentos desde o final do século XIX, como o exemplo de mortes causadas pelo uso de clorofórmio na anestesia, da icterícia causada pelo uso de arsênico no tratamento da sífilis e o histórico caso da talidomida, que provocou milhares de casos de malformação congênita nos anos 50 e 60. Dados da ONU, divulgados em abril de 2020, estimam que o uso excessivo de medicamentos causará até 10 milhões de mortes por ano e que 6% das hospitalizações no mundo estejam relacionadas ao uso de medicamentos. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem ao ano vítimas da automedicação no Brasil.

No atual cenário de incertezas na pandemia do COVID-19, uma doença da qual ainda se sabe muito pouco, assistimos a desesperada busca de um tratamento seguro e efetivo, e infelizmente ao mesmo tempo, eventos e mortes potencialmente associados ao uso de medicamentos, como os relatados nos estados do Amazonas e Bahia. Portanto, o uso de medicamentos deve ser sempre sobre prescrição e vigilância médica e nunca deve se fazer a automedicação. Ainda, os tratamentos considerados experimentais devem ser executados no ambiente da pesquisa clínica, que permitirá maior segurança ao paciente e obtenção de respostas cientificamente embasadas e que poderão realmente beneficiar a toda a sociedade.


Paciente será indenizada em R$ 78 mil por erro médico após lipoaspiração

Uma clínica e um médico da cidade de Florianópolis foram condenados a indenizar, solidariamente, uma paciente por complicações decorrentes de uma cirurgia de lipoaspiração abdominal realizada na unidade.

A sentença é da 1ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis, que reconheceu erro médico no procedimento e determinou o pagamento de indenização em favor da parte autora na quantia de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) por danos morais e R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de danos estéticos, com juros e correção monetária devidos.

A paciente ainda deverá receber R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais) por 15 meses, referentes ao período em que ficou impossibilitada de trabalhar, além de ter ressarcidas suas despesas com as cirurgias, procedimentos, medicamentos e outros gastos, em valor a ser apurado.

Segundo os autos, a mulher foi vítima de uma grave lesão, descrita como necrose, que permaneceu por várias semanas depois da cirurgia. Também foi apurado que não ocorreu o tratamento adequado do quadro infeccioso.

Ao observar o caso, o juiz de direito Danilo Silva Bittar apontou que as complicações em análise não são uma decorrência natural da cirurgia. Com base no laudo pericial, o magistrado registrou que o médico não empregou todos os métodos disponíveis para tratamento da consequência, o que também caracteriza conduta culposa.

Na observação dos danos morais, o juiz de direito considerou a necessidade de realização de outras 2 cirurgias reparadoras para minimizar os danos à paciente, que precisou se afastar de suas atividades cotidianas, com inegável abalo emocional. Cabe recurso ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).

sábado, 30 de maio de 2020

Idosa enterrada sem velório ‘decente’ em Ribas não tinha Covid-19

FICAMOS NA RUA ‘ABANANDO’, conta a filha Marilene, ao ver o cortejo passar, sem ao menos poder se despedir.

A família da senhora Maria do Carmo Antônio, de 71 anos, falecida no último dia 17 em Ribas do Rio Pardo (MS), vive dias angustiantes desde que ela foi sepultada às pressas com suspeita de Covid-19.

Depois de quase dois anos enfrentando diversas enfermidades e acometida de dois derrames, dona Maria do Carmo Antônio estava acamada desde fevereiro e não apresentou nenhum sintoma do novo coronavírus.

O neto da idosa, Paulo Rodrigo, foi o primeiro caso positivo de Covid-19 em Ribas do Rio Pardo. Mesmo morando em casas separadas, os pais e a avó que receberam visita de Paulo Rodrigo, foram orientados a permanecer em isolamento domiciliar por duas semanas.

Mesmo sem nenhum sintoma, respeitaram rigorosamente a orientação.

Com o aumento do número de casos do novo coronavírus no Brasil, e também em Ribas do Rio Pardo, os cuidados dos familiares com a idosa foram redobrados. Porém, a assistência médica do serviço público de saúde passou a ser ainda mais precária.

Familiares relatam negligência no acompanhamento. Desde a notícia do positivo do neto, o ESF não foi fazer o curativo de rotina da idosa, voltando somente na outra semana, sendo que era necessário realizar o curativo diariamente. Por diversas vezes, quando havia piora no estado de saúde da idosa, os pedidos eram ignorados.

De acordo com a família, foi preciso muita insistência para aparecer uma enfermeira na residência da idosa. Depois disso, uma técnica teria se limitado a deixar no portão, materiais para curativos. “Por estarmos de quarentena não poderiam entrar e não apareceram mais”, reclama com profunda tristeza dona Marilene, filha de dona Maria.

Três dias antes de falecer, a idosa apresentou oscilação de glicemia e a neta solicitou auxílio ao ESF. A enfermeira responsável teria relatado para a neta que acompanhou a visita do médico e da técnica na casa de dona Maria. Ocasião em que teriam ensinado a realizar o curativo. Entretanto, dona Marilene desmente a versão. “É mentira, eles não apareceram na minha casa. Apenas informaram para que ligássemos para o Samu”.

“Depois das 16h30 não tem mais ninguém no Posto, cheguei a registrar reclamação na Ouvidoria do SUS”, denuncia a neta da idosa falecida.

A denuncia foi realizada na sexta (15), quando novamente a idosa passa mal e o posto novamente não atende o telefone. Após contatar a secretaria de saúde, a enfermeira compareceu para dar desculpas na parte da tarde.

Para a família, o descaso com os cuidados se deu por uma série de falhas dos responsáveis por conduzir a saúde pública. Desde a visita médica semanal que deixou de acontecer, até mesmo aos testes rápidos de Covid-19, que só foram realizados após o falecimento.

“O ESF deixou a desejar, sabiam dos graves problemas de saúde da minha mãe, mas não vinham. Não tivemos apoio, pois quando precisávamos eles pediam para procurar o hospital, e quando vinham o médico reclamava e mandava a minha mãe para o hospital, mesmo as vezes o hospital achando desnecessário, pois o ESF mesmo poderia ajudar, vinham as vezes para realizar somente o curativo”, lamenta dona Marilene.

Por mais de dez dias isolados e sem nenhum sintoma, a família reclama que a Secretaria Municipal de Saúde deveria ter realizado exame de Covid-19 na idosa, ainda em vida.

Dona Maria do Carmo Antônio, faleceu por volta das 18h do dia 17 de maio. Não bastasse a dor da perda do ente querido, a família foi surpreendida com a notícia de que não poderia ter velório. A ordem ‘vinda de dentro do hospital’.

Para os familiares, a condução da situação pelas autoridades foi desumana. “Colocaram ela dentro de um plástico, colocaram no caixão e já lacraram com mais plásticos por cima. Do jeito que saiu de casa, com uma blusa e de fralda, enterraram ela,”, conta o neto indignado.

O enterro foi realizado as 08:00 horas do dia 18/05, abriram as portas para que somente alguns familiares participassem do velório, por menos de uma hora.

FICAMOS NA RUA ‘ABANANDO’, conta a filha Marilene, ao ver o cortejo passar, sem ao menos poder se despedir.

Porém, logo após o enterro, dona Marilene, as outras 3 pessoas que estavam na sua casa, seu outro filho e nora foram chamados para realização do teste rápido, o filho já nem estava mais em quarentena e mesmo assim tiveram que retornar para casa para realiza-lo.

Depois de todo o pesadelo e impedidos de realizarem um velório ‘decente’ dentro do que o decreto estabelece, pois, a mesma não estava contaminada e sua quarentena acabaria na quarta-feira; a família recebeu o resultado dos exames rápidos para Covid-19.

Todos moradores das duas casas testaram negativos. Nem mesmo a falecida a Dona Maria do Carmo estava contaminada, o teste foi realizado com a mesma já em óbito e o resultado foi informado a família dois dias depois de já ter sido liberado.

O questionamento da família se deu também por terem negado o teste quando os familiares pediram, só fizeram o teste rápido após o falecimento da mesma, privando a idosa de atendimentos médicos quando necessitava e o atestado de óbito entregue a família apresenta que a morte de dona Maria foi de causa indeterminada.











Rio Pardo News

TRISTE: Bebê vem a óbito na barriga da mãe e pai acusa médicos do HM de negligência

Ainda de acordo com seus relatos, sua esposa teria tido sangramento na quarta-feira (13) e ao chegar no hospital ouviu de uma médica que isto seria normal, a gestante foi medicada e orientada a ir para casa.



O Pai de um bebê que veio a óbito ainda no útero de sua mãe, tem feito várias denúncias por meio das redes sociais, acusando médicos do Hospital Municipal Sandoval Araújo Dantas, de negligência.

O recém-nascido, um menino, veio a óbito no último domingo (24) na 40ª semana de gestação, de acordo com as denúncias do pai, tudo isso ocorreu, por que sua esposa esteve duas vezes no hospital sentindo dores do parto, porém foi apenas medicada e encaminhada para casa.

Ainda de acordo com seus relatos, sua esposa teria tido sangramento na quarta-feira (13) e ao chegar no hospital ouviu de uma médica que isto seria normal, a gestante foi medicada e orientada a ir para casa. Já na última quinta-feira (21), ela começou a sentir dores, sendo novamente levada ao hospital, tendo então o médico a examinado, passado um Buscopan e novamente orientado ela a ficar em casa, fazendo caminhadas e que somente deveria voltar ao Hospital quando não aguentasse mais as dores.

Como as dores passaram, ela não foi mais ao hospital, porém na sexta feira, foi a última vez que a gestante sentiu o bebê mexer, ao perceber que realmente o bebê não tinha movimentação em seu ventre, retornou ao Hospital no último domingo, sendo então constatado pela equipe médica, que a criança não tinha mais batimentos cardíacos, ocasião em que submeteram a mãe a uma cesariana e constataram que a criança nasceu já sem vida.

O pai revoltado gravou vários áudios falando que se tivessem tirado seu filho na quinta feira, ainda teriam salvado a vida dele, e que não teriam que estar passando por este grande sofrimento, já que esperavam pela criança com muita ansiedade e alegria. O Pai disse ainda, que ele e a esposa estão completamente destruídos, pois o que era para ser um momento de alegria transformou-se em muita dor e sofrimento.

A parturiente continua internada no Hospital, e bebê já foi sepultado no Cemitério Municipal.

Ao serem procurados, a Secretária de Saúde do Município, por meio de sua assessoria informou que irá abrir um processo administrativo para apurar o caso.


Especialista denuncia erro de protocolo para tratar pacientes de covid na Grande JP: ‘Tratamento precoce salva vidas’

Roberto Lacerda

O médico Roberto Lacerda denunciou, nesta quarta-feira (27), o que ele considerou de erro gravíssimo no tratamento de pacientes com sintomas da covid-19 na Grande João Pessoa. De acordo com o especialista, as pessoas sintomáticas estão sendo orientadas a ficar em casa, sem tratamento medicamentoso. “Isso é um absurdo”, criticou. Assista ao vídeo mais abaixo.

O médico lembrou da importância de iniciar o tratamento com os remédios indicados pelo Conselho Federal de Medicina o quanto antes, pois os resultados para quem inicia o tratamento de forma precoce tem sido muito animador. “Quando se inicia o tratamento logo no início, nos primeiros dias, ocorre uma melhora significativa, evitando que o paciente evolua para um quadro de insuficiência respiratória grave”, afirmou.

Roberto Lacerda fez um apelo para que familiares de pacientes de covid adotem o procedimento para que mais vidas sejam salvas. “Isso tem salvado vidas, por isso peço a todos que divulguem essa informação”, arrematou.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Hospital Infantil: funcionários denunciam más condições de prevenção


O Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, sempre é lembrado por ser referência no tratamento de crianças e adolescentes, para diferentes doenças.

Só que agora, em meio à pandemia, funcionários e familiares dos pacientes denunciam as condições e a falta de cuidados de prevenção na unidade.

A equipe do Balanço Geral foi atrás desta história e mostra em reportagem os detalhes. Acompanhe!


Covid-19: piauiense denuncia erro em atestado de óbito do pai

Um homem da cidade de Barro Duro-PI, identificado como Valdinar, gravou um vídeo denunciando que recebeu um atestado de óbito errado de seu pai. 

Ele explica que no dia 22 de abril, seu pai sentiu uma forte dor na cabeça, foi levado para o hospital de Barro Duro e medicado.

Segundo Valdinar, o pai continuou sentindo a dor e então foi levado para o Hospital de Urgência de Teresina, onde foi constatado um AVC hemorrágico.

Ainda segundo Valdinar, no dia 27, o idoso passou por uma cirurgia, e no dia 29 ele precisou ser transferido para o Hospital Getúlio Vargas para realizar um procedimento de aneurisma. 

"Segunda-feira da semana passada, visitamos meu pai na UTI geral, na área não covid, tenho foto da entrada. O médico disse que meu pai não estava mais grave, estava estável e vai se recuperar aos poucos, mas tem que fazer hemodiálise. Eu autorizei. O médico falou que ele deu uma complicação nos pulmões, como ele foi fumante a vida toda imaginei que seria isso, mas nunca tocaram em covid-19". 

No último domingo (24), o idoso morreu. Valdinar relatou que o atestado de óbito constava cinco causas da morte, uma delas covid-19. "Chegamos lá para fazer a visita, meu irmão sobe e quando ele vai entrando na UTI vem meu pai numa maca descendo sem nenhum aparelho ligado ao corpo, com o pessoal trajado de segurança de covid-19 e disseram para o meu irmão aguardar. Ele [o irmão] me liga e faz com que eu suba correndo e disse: parece que o papai morreu porque desceram com ele para a área da covid-19. Quando a médica vem ela diz assim, eu não tenho como provar porque não dão documento nenhum, ela disse: seu pai fez um teste rápido para covid-19 e deu negativo, mas ele está com uma mancha no pulmão e pode indicar covid, então ele desceu para a área da covid-19".

Valdinar disse que questionou a médica já que o teste deu negativo e levaram seu pai para a área covid-19. A médica disse que o idoso veio do HUT com covid-19 e que se Valdinar quisesse, poderia 'brigar' na justiça.

"Ele passou 16 dias no HGV com covid-19 na área não covid? Isso é inadmissível, é mentira, o papai não morreu de covid-19, eles colocaram apenas para virar estatística, isso é revoltante. Tive que enterrar meu pai em Teresina, questão de 2 horas ele foi enterrado, enrolado em um saco preto, parecendo um bicho". 

Nota do HGV

O Hospital Getúlio Vargas (HGV) informa que o paciente Valdemar Pessoa dos Santos, 68 anos, deu entrada no HGV no dia 9 de maio em estado grave, com Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, proveniente do Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Nesse dia, foi feito o teste rápido para a Covid-19 no momento da admissão, o resultado foi negativo. Ficou na UTI 3 (destinada a pacientes Não Covid), para tratamento.

A direção do HGV informa que como o paciente veio do HUT juntamente com uma paciente que testou positivo, apesar da negatividade do teste no primeiro momento, o paciente continuou em observação. Evoluiu com piora respiratória, sendo realizado Tomografia de tórax que evidenciou extensa opacidade em vidro fosco, com comprometimento entre 50 a 70%. Por medidas de segurança do paciente e no contexto atual, por apresentar grande possibilidade de pneumonia viral, foi transferido para o isolamento respiratório.

O paciente, pelo estado grave que já se encontrava, não evoluiu bem ao tratamento e foi a óbito na madrugada do dia 24 de maio.

Portal R 10

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Menino de 4 anos morre com suspeita de covid-19 no Hospital Regional de Cotia


Lucca Fernandez da Cruz faleceu na segunda-feira (25) com insuficiência respiratória aguda e suspeita de covid-19. Resultado do exame para comprovar se houve ou não a doença deve ficar pronto nos próximos dias

Um menino de 4 anos morreu nessa segunda-feira (25) com suspeita de covid-19 no Hospital Regional de Cotia. Lucca Fernandez da Cruz chegou a ser intubado, mas não resistiu a uma parada cardíaca. A causa de sua morte foi registrada como insuficiência respiratória aguda com suspeita de covid-19.

Em entrevista ao O Repórter Regional, Reginaldo Antônio da Cruz, pai do menino, explicou que da entrada no hospital até o momento do óbito levou apenas 30 minutos. Segundo o pai, a saturação dele estava em 70% e com a máscara de oxigênio 90%. Reginaldo acredita que houve erro na tentativa de intubá-lo.

“Foi um procedimento muito controverso. Não queria que intubasse ele. Ele estava resistindo à máscara. Colocava a máscara de ar e ele resistia. Eu estava lá no momento quando foram intubar ele, eu ouvi os gritos dele dizendo para parar. Eu fiquei com medo de entrar lá e fazer parar tudo e ele falecer. Mas não adiantou”, lamenta.

No domingo (24), Lucca foi levado até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Atalaia por sentir algumas dores no corpo e um pouco de dificuldade em respirar. Após ser avaliado por um médico, ele foi medicado com antibiótico e voltou para a casa. Mais tarde, o garoto voltou a passar mal, com respiração ofegante e vontade de vomitar.

Novamente na UPA, ele foi transferido ao Hospital Regional de Cotia pela madrugada. Segundo o médico, era um caso suspeito de covid-19. No hospital, Lucca ficou na sala de emergência infantil do Pronto Socorro e foi intubado devido a baixa saturação, mas veio a óbito 30 minutos depois.   

A família do menino desconfia que houve erro no procedimento adotado com ele. Questionada, a Secretaria de Estado da Saúde não retornou até o fechamento desta matéria. O exame para covid-19 foi realizado e deve ficar pronto nos próximos dias.

Morador do Atalaia, Lucca ia completar 5 anos no dia 15 de junho. O Centro Educacional Granja Carolina, onde ele estudava, fez um vídeo em sua homenagem no Facebook e alterou a foto de perfil da página com uma foto do menino, alegre como era todos os dias, segundo a escola.

Jovem perde parte do intestino após 15 anos de diagnóstico errado

Karoline Gomes, de 26 anos, passou por diversos médicos até que descobrisse a origem de suas dores insuportáveis.


Karoline passou por anos de dor e consultas com ginecologistas
 para descobrir a doença
"Desde a primeira menstruação eu sentia muita dor. Não sei como eu vivia". A história da jovem Karoline Gomes, de 26 anos, nascida em Guarujá, no litoral de São Paulo, com a endometriose, não é nada fácil. Entre internações, dias de cama e dores muito fortes nos períodos menstruais, a jovem ainda teve de lidar com a perda de parte do intestino e da bexiga, por conta da doença, que demorou cerca de 15 anos para ser descoberta

A endometriose é uma doença provocada por células do tecido da parede interna do útero - chamada de endométrio - que em vez de serem expelidas durante a menstruação, refluem para dentro do útero novamente, caindo nos ovários ou na cavidade abdominal, conforme explica o especialista em endoscopia ginecológica e endometriose Guilherme Karam.

O diagnóstico veio depois de muito insistir, conforme relatado por ela, pois os sintomas eram tratados como normais pelos médicos. A saga de Karoline para descobrir o problema começou quando ela era bem nova, aos nove anos, quando menstruou pela primeira vez.

"A gente vê as meninas menstruando com 14 ou 15 anos. Desde a primeira eu sentia muita dor e não sabia de onde vinha. Ainda na fase da infância ficava de cama mesmo", relata.

Os anos passaram e os sintomas ficaram cada vez mais intensos. Entre a rotina exaustiva de dor nos ciclos menstruais, ela tentou fazer alguns tratamentos, recomendados pelos médicos, no entanto, eles não traziam resultados. "Ficava um ou dois períodos sem dor, mas logo depois a dor voltava".

A jornalista se consultou com diversos ginecologistas em Guarujá, que sempre insistiam em dizer que os sintomas eram comuns da menstruação e que logo passariam. Quando foi morar em São Paulo, ela resolveu continuar com a saga por um diagnóstico que pudesse tratar o problema.

"Eu estava meio que desistindo de novo, porque, enfim, era aquela coisa cansativa. Foi aí que uma moça que trabalhava comigo comentou por alto que uma amiga dela havia acabado de descobrir que estava com endometriose e que pegaria o contato da médica. Eu fui nessa médica e falei que tinha suspeita de endometriose. Como ela já tinha vindo dessa indicação, me senti mais aberta para falar sobre isso, sem ela me achar louca", comenta Karoline.

A descoberta

Após a consulta, a médica pediu alguns exames, entre eles uma ressonância magnética da pelve, além de um exame de sangue específico, que calcula o nível do endométrio. Os dois apontaram a doença, "No corpo do uma mulher saudável teria nível 30 de endométrio. No meu era mais de 100, estava muito alto”, afirma. No momento em que informou o diagnóstico, a profissional imediatamente informou que a situação de Karoline era muito grave.


"Na hora, eu levantei e abracei ela, de tão feliz que fiquei em saber que eu tinha alguma coisa, que eu de fato não estava pirando e eu podia tratar, por mais que já tivesse em um nível muito grave", relata. A partir da comprovação, Karoline começou uma nova caçada: a procura por um cirurgião especializado em endometriose.

O médico foi encontrado em Santos e, em alguns meses, a jornalista começou a se preparar para realizar um procedimento cirúrgico chamado laparoscopia. "É uma incisão com uma câmera. Essa cirurgia não é tão invasiva. A partir disso, eles removem focos da doença', explica. Depois da cirurgia, o médico comentou sobre um pequeno foco no intestino e sobre a recuperação das trompas, que poderia ser feita por meio de um tratamento com um remédio.

"Esse médico meio que vacilou comigo. Ele viu a minha situação e começou a falar sobre a fertilidade e conversou com o meu marido. Eu já tinha falado que eu não gostaria de ser mãe". Com o novo tratamento, ela teve vários efeito colaterais, como hemorragia e os sintomas de sua depressão acabaram mais intensificados.

A medicação não teve o efeito esperado e, depois de uma hemorragia, ela foi novamente internada, onde descobriu que existiam vários focos da doença em seu intestino. "Esse focos perfuraram o meu intestino. Eu sentia muita dor no reto, na coluna, nas pernas e tive infecção urinária". Ela teve de passar por mais um cirurgia, desta vez, de emergência, para remover as trompas, dois centímetros do intestino e três da bexiga.

"Eu vi todo o tipo de mulher tendo a sua dor diminuída pelos médicos. Eu tenho um privilégio muito grande de ter trabalhado com mulheres que entendiam a situação. Era uma questão de qualidade de vida. Sabe, depois de tudo isso, as minhas queixas finalmente foram validadas".

Hoje, ela compartilha sua história por meio das redes sociais, onde procura levar conteúdo para que outras mulheres possam ser diagnosticas e acolhidas. "Acima do médico, é você que conhece o seu próprio corpo", finaliza.

A doença

O médico Guilherme Karan explica que, nos últimos anos, há uma tendência de aumento da doença por conta dos hábitos da mulher contemporânea. O que pode levar a pré-disposição a doença são fatores hereditários. Isso pode se intensificar com a influência de externos, como stress, péssimos hábitos alimentares e a poluição da cidade.

A demora no diagnóstico ele atribui ao estigma de que no período menstrual é comum sentir dor. "É até um certo machismo imbuído, no sentido de que é normal a mulher sentido dor. Tem até gente que fala que quando tiver filho passa. Muitas vezes os sintomas não são valorizados, inclusive pelos próprios médicos", informa.

Ele conta que os profissionais costumam fazer uma escala analógica de dor menstrual. Se essa dor passa de cinco ou seis, já é motivo para ficar atento. Principalmente, se ela não passa com medicamentos comuns para cólica.

"Outra característica apontada é quando essa dor menstruar tem caráter progressivo. Ou seja, se passa mês a mês, ano a ano, ela fica mais intensa. Isso também chama a atenção", finaliza.

Por erro e sem funeral, idoso é enterrado no lugar de paciente suspeita de Covid-19





A família da idosa Alaíde Rosa de Aquino, de 81 anos, que morreu supostamente por Covid-19, nesta terça (26), em Cáceres (a 220 km de Cuiabá), registrou boletim de ocorrência na Polícia Militar, ao tomar conhecimento de que um outro idoso havia sido enterrado no lugar dela, para surpresa e revolta de seus filhos e netos.

A idosa, que morava em São José dos Quatro Marcos, estava internada no Hospital São Luiz, em Cáceres, e, depois que ela morreu, de acordo com a neta dela, Patrícia Ribeiro de Aquino, 30, o hospital encaminhou à funerária o corpo trocado.

A troca ocorreu no contexto da pandemia, que impede velório e sepultamento coletivos, para evitar contágio, sendo assim, a princípio, ninguém percebeu o erro.

Patrícia diz que estão todos muito abalados, das duas famílias, com a morte e com a troca de corpos. Ela relata que, no sábado (23), dona Alaíde passou mal, com a pneumonia que já vinha tratando em casa. A ambulância a levou para Cáceres. Na segunda (25), ela teve uma parada cardíaca e o quadro de saúde dela agravou ainda mais. Ontem, 10h30, não resistiu a uma segunda parada cardíaca e morreu. “A pressão estava caindo muito, o coraçãozinho dela não aguentou”, lamenta a neta.


A família diz não ter obtido informações prévias de que a idosa tinha sido contaminada pelo coronavírus e contesta este diagnóstico. Mesmo assim teriam colhido amostras para exame e o resultado só sai em 5 dias. Na certidão de óbito, a causa consta como síndrome respiratória aguda grave, com suspeita de Covid-19. Médicos explicaram que isso era necessário por questão de protocolo e, por isso, não teria como fazer as honras funerária tradicionais.

“Quando a funerária foi buscar o corpo (de Alaíde), para enterrar, liberaram o corpo de outro idoso e não da minha avó, mãe do meu pai, que também é cardíaco e está muito abalado com tudo isso”, detalha Patrícia.

A família do idoso enterrado no lugar de Alaíde, identificado como Adélio João de Souza, também registrou boletim de ocorrência, informando que ele sofreu infarto dia 20 e ontem, às 14h, faleceu. O filho dele, quando foi assinar papeladas de liberação do corpo, teve a surpresa. Seu pai já estava enterrado, sem velório, no lugar de dona Alaíde.



Por conta da pandemia, não foi autorizada a liberação do corpo de Alaíde para São José dos Quatro Marcos, então provavelmente o sepultamento dela será feito em Cáceres mesmo, assim que for resolvida a confusão.

Outro lado

O  entrou em contato com o Hospital São Luiz, que emitiu nota "lamentando o ocorrido". Veja íntegra da nota:

"A direção do Hospital São Luiz informa que abriu sindicância para apurar o ocorrido e adotará todas as medidas cabíveis. A gestão mantém, de forma contínua, a revisão de protocolos de segurança e o caso mencionado não está de acordo com o rigor dos procedimentos do São Luiz. Os familiares dos pacientes envolvidos foram informados, imediatamente, após identificada a situação, sendo oferecido todo o suporte para a resolução dos trâmites necessários. Neste momento, o Hospital São Luiz lamenta o ocorrido e reitera seu compromisso com a população, amparado por seus princípios e a busca permanente pela qualidade, humanização e segurança nos serviços oferecidos."