Filha diz que o pai, diagnosticado posteriormente com aneurisma após acidente de trânsito, foi medicado para dor de cabeça e recebeu alta; prefeitura afirma que caso será apurado
Vítima bateu o carro contra um poste a caminho do trabalho |
A família de um homem de 52 anos com aneurisma cerebral, que recebeu alta após ser medicado para dor de cabeça, denunciou à Polícia Civil possíveis falhas no atendimento prestado pela saúde pública municipal de Ribeirão Preto. A prefeitura informou, por meio de nota ao ACidade ON, que vai apurar o caso. (leia mais abaixo)
A filha da vítima, Isabela Massaro Rodrigues Sargento, 24, afirmou que um exame que poderia identificar o aneurisma em seu pai, Carlos César Rodrigues Sargento, não foi realizado quando ele passou por atendimento na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central, no último dia 10 de agosto, depois de sofrer um acidente de trânsito. A vítima está em coma induzido no Hospital das Clínicas - Unidade de Emergência (HC-UE).
No dia do acidente, o homem foi socorrido e encaminhado à UBDS Central depois de bater com o carro em um poste no Alto da Boa Vista, zona Sul da cidade. Ele estava a caminho do trabalho trabalho, por volta das 6h30.
Ainda segundo a filha, Carlos acabou liberado da unidade de saúde após três horas sem que fosse submetido a exames mais completos.
"Uma médica mandou ele embora e disse que não tinha a necessidade de realizar uma tomografia. Como meu pai bateu a cabeça, ficou desorientado e ela chegou a dizer que estava bêbado. A gente pediu o exame de dosagem alcoólica, mas ela não quis fazer. Ele se queixava da dor de cabeça e deram dipirona [remédio do tipo analgésico]", afirmou Isabela.
A filha contou que no dia seguinte o pai passou mal e que o levou para a UBDS Central. Ele também foi levado para a UBDS da Vila Virgínia, já no dia 12 de agosto, mas em nenhuma das vezes resolveu.
Consulta particular
A solução, então, foi pagar uma consulta com uma médica particular que atestou que o caso era grave e necessitava de passar por atendimento em um hospital.
"Ela [médica particular] encaminhou o meu pai para o HC [Hospital das Clínicas] e lá foi descoberto o aneurisma. Ele está em estado grave, em como induzido e com um dreno na cabeça. A parte do cérebro onde ocorreu o sangramento não tem mais reação", afirmou a filha.
Isabela disse acreditar que a demora até descobrir o que o pai tinha contribuiu para deixar o quadro de saúde do paciente ainda mais complexo.
"No primeiro atendimento já poderiam ter diagnosticado o aneurisma ou o início da doença. Se não tivesse esperado tanto, a situação poderia não ter se agravado", lamentou.
Outro lado
A Secretaria Municipal da Saúde informou, por meio de nota de imprensa ao ACidade ON, que Fundação Santa Lydia, responsável pela administração da UBDS Central, vai investigar o caso por meio de uma comissão específica.
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