segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Polícia Civil apura caso de mulher que morreu horas após receber diagnóstico de que suas dores eram causadas por gases

 


A Polícia Civil está investigando a morte da vendedora autônoma Raquel Santos de Souza, ocorrida uma semana após ela dar à luz no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste. O bebê nasceu no dia 25 de julho, de parto normal, e continua internado na UTI neonatal. A mãe, que tinha 31 anos, recebeu alta no começo da semana seguinte e, poucos dias depois, começou a reclamar de dores na barriga e chegou a voltar à unidade, mas foi diagnosticada com gases e liberada. O caso está na 34ª DP (Bangu) e também será apurado por uma comissão interna do hospital, segundo a Secretaria municipal de Saúde.

Com fortes dores, Raquel voltou à unidade no último sábado (1º). A médica que a atendeu, segundo a família, receitou remédios para gases e a liberou. Na madrugada de domingo, a vendedora foi levada novamente ao Albert Schweitzer pelo marido. O ajudante de caminhão Denilson Alves da Costa, de 35 anos, garante que a esposa chegou viva ao local. Ele afirma que estranhou a demora para a liberação do corpo e a resistência da equipe do hospital em apontar a causa da morte e, por isso, acredita que sua mulher tenha sido vítima de negligência médica.

— Se houve negligência do hospital, eles vão pagar no rigor da lei. Destruíram uma família cheia de sonhos. Como pode uma jovem saudável morrer de gases? Acabaram com uma família. Deixaram duas crianças sem mãe. Quero justiça — disse Denilson.

Raquel trabalhava como autônoma vendendo roupas e hidratantes em casa. O casal, que estava junto há dez anos, já tinha um filho, de 5. A recém-nascida precisou ficar internada porque, segundo o pai, engoliu água durante o parto e também apresentou um problema na garganta.

Procurada pelo EXTRA, a Secretaria municipal de Saúde se solidarizou com a família de Raquel e anunciou a investigação interna para apurar as causas da morte. “A Secretaria Municipal de Saúde lamenta a morte de Raquel e se solidariza com seus familiares. A morte será investigada pela comissão de óbitos do hospital, e o corpo da paciente será encaminhado para o Instituto Médico Legal de Campo Grande, que dará a causa da morte. Este é o protocolo padrão para óbitos com causa suspeita. O bebê nasceu de parto normal e está em acompanhamento na UTI neonatal do Hospital Albert Schweitzer. A direção do hospital está esclarecendo as dúvidas dos familiares e permanece à disposição para o que for necessário”, dizia a nota enviada pela pasta.

Extra

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