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| O marido de Rosa, Edvaldo, de 93 anos, também foi infectado pela doença após a alta da idosa |
Uma idosa de 92 anos morreu, na última segunda-feira (20), após receber alta e até homenagem do Hospital Municipal Evandro Freire, no Rio de Janeiro, onde estava internada por infecção do novo coronavírus. Após sete dias em tratamento, a dona de casa Rosa Neves foi considerada curada da doença.
Além da idade avançada, Rosa tinha Alzheimer e era diabética. No dia 1º de julho, ao sair do hospital, a idosa recebeu uma placa dizendo "Eu venci a Covid", mas a família alega que jamais recebeu o laudo atestando a cura no hospital municipal.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Eliene Pereira dos Santos, 66, filha de Rosa, diz acreditar que a mãe entrou no hospital com outro problema, mas acabou contraindo a Covid-19 na unidade de saúde. "Nós [a idosa, a filha e o marido de Rosa] estávamos isolados completamente. Não recebíamos a visita de ninguém. Nessa época do ano, depois que fez 90 anos, minha mãe sempre tinha pneumonia. Ela estava com febre quando foi a primeira vez para o hospital", afirmou.
De acordo Eliene, após receber alta, Rosa foi levada pela família para uma clínica particular, onde fez exame para a doença, que testou negativo para Covid-19. "Acreditamos que ela estava recém-infectada e o laudo não constatou a doença", disse a filha.
Uma semana depois, a idosa voltou a se sentir mal e novamente foi internada no Hospital Evandro Freire, onde os médicos informaram que se tratava de Covid-19. Após sete dias, Rosa foi transferida para o Hospital São José, no município de Duque de Caxias, na baixada fluminense, sem que a família fosse avisada.
Depois de nove dias de internação no Hospital São José, a idosa morreu. O atestado de óbito aponta Covid-19 entre as causas da morte.
Segundo a neta da idosa, depois que ela recebeu alta do Hospital Evandro Freire, quatro pessoas da família testaram positivo para Covid-19, incluindo o marido de Rosa, Edvaldo Pereira dos Santos, 93.
Rosa e Edvaldo fariam 70 anos de casados no próximo dia 29. A idosa deixa oito filhos e sete bisnetos.
Por meio de nota, a direção do Hospital Municipal Evandro Freire informou que não soube da morte da paciente, internada em Duque de Caxias, mas se solidariza com a família nesse momento de dor.
"A direção da unidade compreende as dúvidas da família, mas deixa claro que todos os protocolos foram seguidos e não é possível avaliar onde dona Rosa foi infectada. Cabe lembrar que há mais de três meses foi decretada a transmissão comunitária da Covid-19 no Rio —quando é impossível saber a origem do contágio", informou a nota.
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