Antônio Marcos teve um surto psicótico no sábado (11/6) e foi encaminhado pelos bombeiros a UPA do Gama. Ele morreu no domingo
Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que Antônio passa mal na rua e é imobilizado pelos bombeiros.
Ao Metrópoles, a família da vítima contou que, no sábado (11/6) à tarde, Antônio visitou o primo Patrick Pinho e pediu ajuda. De acordo com o parente, o motoboy estava bastante inquieto.
“Ele estava andando a pé e afirmava que estavam atrás dele e repetia que fizeram algo forte para ele. Quando estávamos no carro, para deixá-lo em casa, apareceram três caras dizendo que o meu primo ia pagar. No que eu saí do carro para protegê-lo, ele tomou a direção do carro e fugiu”, conta.
Após o ocorrido, o primo tentou encontrá-lo pela região. Porém, só teve notícias sobre o paradeiro de Antônio quando soube que ele havia sido socorrido por estar em surto. Ele estava pedindo ajuda em um mercado quando os Corpo de Bombeiros do Distrito Federal foi acionado.
Na hora de transportar o homem na maca, os socorristas o imobilizaram. A reportagem questionou os bombeiros sobre o método utilizado que, por sua vez, responderam que no momento em que atenderam a ocorrência, o homem estava “agressivo e proferindo palavras desconexas”.
“Após regulação médica, o paciente acabou sendo contido na maca e levado à UPA daquela RA [Gama], permanecendo aos cuidados da equipe médica do local, por volta das 17h30”, completaram.
Quando o familiar finalmente encontrou Antônio na UPA disse que ele estava se debatendo na maca.
“Tentei acalmá-lo e fiquei com ele no corredor. Limpei o nariz dele, que estava sangrando, e tentei folgar o aperto das cordas nos pés e na cintura. Ele estava muito ofegante e não conseguia falar direito. Estava fora de si”, relembra Patrick.
Depois de um tempo, o primo conta que Antônio voltou a se debater e a equipe hospitalar pediu que o acompanhante deixasse o local. “O pessoal da UPA ficou de nos ligar para passar informações. Na manhã do dia seguinte, fui até o centro de saúde para buscá-lo, pois achei que ele já estaria bem. Foi quando soube que ele veio à óbito”, relembra. “Meu primo entrou como indigente e saiu como indigente”, lamenta.
Familiares relatam que não era comum Antônio agir da forma que o encontraram no sábado. Mas, de acordo com eles, esta foi a terceira vez que o motoboy teve um surto.
“Total negligência. Ele ficou a noite inteira no corredor, naquela posição. Ele morreu na maca. Nós vamos atrás de provas e imagens da câmera de segurança da UPA. Como que deixa uma pessoa daquele jeito?”, questiona Patrick.
Nenhum comentário:
Postar um comentário