Setor público e privado enfrenta desabastecimento por causa da guerra na Ucrânia e fechamento de portos da China, principal exportador de insumos para fármacos.
Falta de remédios nas farmácias preocupa quem precisa de uso contínuo em São Carlos
A falta de alguns medicamentos em farmácias públicas e privadas preocupa quem precisa de uso contínuo, em São Carlos (SP).
Antibióticos, os mucolíticos (para diminuir a secreção), os anti-histamínicos (para alergias) e analgésicos (para dor) são os mais afetados.
A guerra da Ucrânia e fechamento de portos na China estão entre motivos. Ainda não há previsão para a normalização do abastecimento.
Desabastecimento
Um levantamento feito pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) apontou que mais de 98% dos farmacêuticos confirmaram problemas de desabastecimento.
“Os fatores envolvidos na falta de medicamentos estão relacionados a uma série de questões do mercado. Entre elas, a guerra na Ucrânia e o fechamento de vários portos na China, que é o principal exportador de matérias primas de medicamentos”, disse o presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Marcelo Polacow.
Presidente do Conselho Regional de Farmácia de SP, Marcelo Polacow
Buracos nas prateleiras
As prateleiras da farmácia que o Sebastião Garcia é gerente, em São Carlos, começaram a ficar vazias com a falta de abastecimento.
“A gente já vinha daquela fase que estava faltando antigripal, pastilha, deu uma normalizada. Agora está faltando muito antialérgico, tudo de criança, corticoide, antibiótico infantil, não tem”, disse.
Prateleiras de farmácias de São Carlos começam a ficar vazias
Ele explicou que muitas vezes o paciente chega com a receita e pela falta da substância é necessário consultar novamente o médico para saber qual outro remédio pode ser usado.
“Na maioria das vezes você tem que tirar uma foto e mandar para o cliente para ele informar o médico que é aquilo que chegou para ele ajustar tanto no princípio ativo como nos miligramas, porque muitos ainda não chegaram”, explicou o gerente. “Não é em uma drogaria, às vezes, (o cliente) roda a cidade toda, talvez tenha que sair até fora para encontrar alguém que ainda tenha aquilo em estoque”, disse.
Falta em farmácias públicas
Cerca de 10% dos relatos de falta de medicamentos são do setor público. Pacientes que procuram as farmácias dos postos de saúde também perceberam a escassez dos insumos. A aposentada Neide Tartarini Diniz chegou a gastar R$ 500 no mês de maio.
“Poucas vezes eu conseguia pegar, quando eu não consigo pegar, tem que comprar na farmácia, não tem como ficar sem”, contou a aposentada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário