Parentes reclamam que aguardam desde 18 de junho pelo prontuário do hospital para terem mais informações sobre o óbito da paciente
O marido de uma paciente que morreu após uma lipoaspiração no Distrito Federal registrou ocorrência contra o médico cirurgião Armando dos Santos Cunha e denuncia que a família aguarda desde 18 de junho pelo prontuário do Hospital Daher, no Lago Sul, onde foi realizada a operação.
A advogada Elieni Prado Vieira (foto em destaque), 56 anos, foi submetida a procedimento estético de hérnia umbilical, lipoaspiração do abdômen e abdominoplastia no dia 19 de maio. O cirurgião plástico trabalha em uma clínica privada, mas realizou a operação na paciente no Daher.
De acordo com o policial militar Filipe Vieira Cedro, 27, filho de Elieni, ela teve alta no dia seguinte. No entanto, já no dia 21 de maio, a mulher começou a vomitar sangue, ficar pálida e apresentar falta de ar.
“No terceiro dia, eu liguei para a secretária do médico e falei que ela estava bem mal. Levamos minha mãe na clínica dele, na Asa Sul, e ele tranquilizou a gente, falou que era normal da cirurgia. Nós ficamos tranquilos naquele momento, mas, enquanto isso, ela já estava com hemorragia interna”, comenta Filipe.
O filho da paciente, então, questionou uma amiga que já tinha feito lipoaspiração se ela passara por situação parecida. “Perguntei por quanto tempo ela sentiu esses sintomas e ela disse que não teve isso. Foi aí que fiquei preocupadíssimo.”
“Se minha mãe tivesse feito exame de sangue logo quando começaram os sintomas, teria descoberto e poderia estar aqui ainda. Mas o médico cirurgião não pediu, eu que procurei a secretária dele para solicitar o pedido do exame”, desabafa o filho.
“A gente conseguiu encaixe em outra clínica e ela fez exame de sangue. Na hora, o médico dessa outra clínica disse para ela correr para o pronto-socorro”, conta.
Ainda segundo Filipe, a mãe fez uma endoscopia em 29 de março deste ano e teve resultados normais. “Aí, depois dessa cirurgia, faltam que ela adquiriu uma úlcera”, diz.
Prontuário
No dia 30 de maio, a mulher deu entrada na Unidade de Terapia de Intensiva (UTI) por 15 dias de um outro hospital privado. Em 14 de junho, Elieni não resistiu e veio a óbito.
Conforme Filipe, a família fez a solicitação do prontuário médico ao Hospital Daher no dia 18 de junho, mas ainda não recebeu o documento. “Se for preciso exumar para fazer algum exame, por exemplo, essa demora deles pode comprometer demais”, reclama o filho.
De acordo com o marido da paciente, um homem de 50 anos que pediu para não ser identificado, a denúncia de erro foi registrada na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). Para a família, além de uma suposta falta de apoio correta do médico no pós-operatório, causa sofrimento a demora na obtenção do prontuário.
“Nós estamos em busca de saber se houve algum procedimento no Daher que desencadeou tudo isso. Só quero saber o que houve, porque agora ficamos eu e os meus três filhos e nós estamos sem chão”, lamenta o esposo de Elieni.
O que dizem os envolvidos
O médico Armando chegou a atender o Metrópoles, disse que responderia depois, mas não retornou as tentativas de contato.
O Daher informou que “o prontuário já está liberado para ser entregue ao responsável legal desde ontem, 28/6, às 19h. O prazo limite seria 4/7. Ele pode ser retirado por qualquer pessoa que represente legalmente a Elieni”.
O hospital acrescentou que ela “teve a internação e as cirurgias em 19/5, e alta, em 20/5, sem intercorrências.”
“Saiu andando do hospital. O Hospital Daher ficou sabendo da situação de saúde pela imprensa. O médico citado não tem consultório no Hospital Daher”, ressaltou.
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