A aposentada Araci dos Santos, de 84 anos, está internada no Hospital Santa Casa (av. Dom José Gaspar, 1374 – Vila Assis Brasil), em Mauá, desde a última segunda-feira (06/06), quando foi hospitalizada para tratar uma série de problemas de saúde, como broncopneumonia e infecção pulmonar. Acontece que, desde o ato da internação, a família tem sofrido descaso no atendimento médico, justificado pela “falta de profissionais para atendimento da demanda hospitalar”.
Em entrevista ao RD, a filha da paciente, Marilaine Martines, conta que somente para conseguir concluir o processo de internação da dona Araci foram necessárias oito horas de espera no setor de emergência. “Ela foi atendida prontamente pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas no hospital deixaram ela oito horas na emergência até que finalmente fosse finalizado o processo de internação e ela pudesse subir para o quarto”, conta ao citar que neste processo nenhum familiar pôde ficar perto da aposentada.
Marilaine lembra que, quando sua mãe foi liberada para internação, foi constatado o primeiro erro médico. “Logo que liberaram vi que haviam colocado acesso de medicamentos no braço que ela não podia receber medicamentos, por conta de uma cirurgia que ela fez há algum tempo para tratar um câncer de mama. Ainda sim, a equipe colocou o acesso errado e repetiu o erro nesses últimos dias de internação, não anotaram no prontuário”, afirma ao citar a falta de cuidado da equipe de enfermagem da instituição.
Apesar da idade avançada da paciente, a filha conta que os problemas no processo de internação não pararam por aí. Na tarde da última terça-feira (07), por volta de 17h, Marilaine foi informada que sua mãe faria um exame de raio-x, para averiguar qual era a situação atual do pulmão, em decorrência da infecção pulmonar. No entanto, o exame ocorreu só 21h14 (foto), com quatro horas de atraso, e a justificativa do hospital foi a instalação de uma sonda nasogástrica (para alimentação da paciente), que atrasou o processo. “Acontece que o procedimento de instalação da sonda terminou antes mesmo da visita, às 19h, ainda sim demoraram mais duas horas para fazer o exame. E o pior, a equipe que veio fazer o raio-x disse que havia sido informada sobre a necessidade do exame há exatos 10 minutos antes de subir”, relata indignada.
Mais cedo, no mesmo dia, uma médica nefrologista passou pelo quarto da dona Araci e informou a família da necessidade de uma reunião com os filhos (responsáveis) pela paciente, às 10h, desta quarta-feira (08) a fim de discutirem uma possibilidade de hemodiálise, para retomar o funcionamento dos rins da paciente. Em horário combinado, os filhos da paciente estavam no local, mas a médica não apareceu. “Mandaram uma outra médica, que muito boazinha e eficiente nos atendeu. Mas onde já se viu marcar de conversar com os familiares e a médica simplesmente não aparecer?”, indaga a filha.
Diante de tantos problemas, a família foi se queixar com a chefe de enfermagem do plantão, que informou à família de Araci que “o hospital estaria cheio e, deste modo, a equipe de enfermagem estaria fazendo o máximo para dar conta da demanda”. Ao RD, a família diz se sentir sem qualquer tipo de amparo e se queixa da falta de cuidados básicos com a paciente internada. “Não temos culpa se o hospital não tem pessoal suficiente para dar conta da demanda, mas o que não pode é acontecer isso, essa falta de cuidados básicos com a minha mãe idosa ou qualquer outro paciente”, declara.
Na manhã desta quarta-feira (8) a família também procurou a Ouvidoria do hospital, que ficou de enviar um retorno sobre os questionamentos em até sete dias. E apesar de solicitado pela família, a ouvidoria não disponibilizou protocolo de atendimento.
Em nota, o Hospital Santa Casa de Mauá informa que as reclamações não procedem e que a instituição médica está prestando todo atendimento necessário para o devido restabelecimento da paciente.
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