quinta-feira, 23 de junho de 2022

Mãe acusa hospital em SP de negligência por morte de bebê em tentativas de parto normal: 'gritava que queria cesárea'; VÍDEO

 

Adriana Suely da Paulo Navarrete, de 23 anos, conta que escutou os batimentos cardíacos do bebê 20 minutos antes da cirurgia. Parto foi realizado em Santos, no litoral de São Paulo.


Adriana Suely da Paulo Navarrete acusa hospital de Santos, no litoral de São Paulo, por negligência médica

Adriana Suely da Paulo Navarrete, de 23 anos, esperava sair do Hospital dos Estivadores, em Santos, no litoral de São Paulo, com a sua primeira filha no colo, mas a bebê nasceu morta pouco tempo depois dos exames constatarem que a menina estava bem de saúde. Ela acusa o hospital de negligência médica.

Adriana estava grávida de 40 semanas [nove meses] e apresentava picos de pressão alta o que, segundo ela, fez com que recebesse uma carta com o encaminhamento para internação e para dar à luz no dia 14 de junho. O único desejo dela era que fosse feita cesárea [parto por cirurgia], mas no Hospital dos Estivadores foi orientada a ter o parto normal.

Moradora de Guarujá, também no litoral paulista, ela contou ter escolhido ter a filha em Santos porque conhecia mulheres que deram à luz no Hospital dos Estivadores e queria se sentir segura. Adriana acrescenta que depositou muita confiança nos profissionais que a deixaram muito tranquila.

"[Eles estavam] sempre dizendo que estava dando tudo certo, em todos os momentos, em todos os exames, em todos os cardios [para verificar os batimentos cardíacos]", contou.

Adriana, inclusive, revela ter ouvido a frases de incentivo durante a tentativa do parto normal: 'Mãe, olha, está tudo perfeito, seu bebê está perfeito. Você está perfeita, está tudo bem. Pode demorar mesmo, primeiro filho é assim. O trabalho de parto demora, a indução demora, a indução é assim mesmo'.

Ela contou ter passado três dias no hospital e tomado cinco comprimidos para induzir o parto, mas no dia do nascimento, na última quinta-feira (16), começou a sentir dores ainda na madrugada e, por volta das 11h, foi realizada a cesárea, momento em que constataram a morte da bebê.

"A dor que eu comecei a sentir foi insuportável. Mesmo assim elas [enfermeiras] me acalmavam muito: 'mãe, vai para o chuveiro quentinho que vai melhorar'. Fui para o chuveiro, fiquei no chuveiro alguns minutos, quase uma hora, sem ninguém me ver, sem médico nenhum, nem nada, fiquei lá com a minha mãe gritando de dor e falando: 'quero cesárea, pelo amor de Deus, eu vou querer cesárea, não vou aguentar'"

Adriana lembra de ter escutado os batimentos cardíacos do bebê 20 minutos antes de começar a cirurgia. "Sabe quando você percebe em volta que ninguém entendia o que estava acontecendo? Os médicos ficaram fora de órbita também. Eu fui dopada, porque eu escutava as pessoas falarem, eu escutava as coisas acontecendo em minha volta, mas não conseguia nem ter reação", relembra.

Ao g1ela contou que escutou "1, 2, 3 respira" durante aproximadamente 40 minutos, mas a bebê não respirou e nem chorou. "Eu não vou nem ter a certidão de nascimento da minha filha", lamenta.

A família realizou um boletim de ocorrência e exige explicações. O caso foi registrado no 4º Distrito Policial de Santos, onde o caso está sendo investigado.

Resposta do Hospital dos Estivadores


"O Complexo Hospitalar dos Estivadores, por meio da sua equipe técnica multiprofissional, informou que a paciente e seus familiares receberam assistência integral, suporte e acolhimento diante do caso em questão, e foram fornecidas todas as informações disponíveis até o momento. O apoio aos familiares continuará sendo fornecido pela instituição, até que a análise técnica do evento seja concluída”.




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