A médica Caroline Franciscato de Godoy deve ser julgada no próximo sábado (22) pelo CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) pela denúncia de erro médico feita pela família de Letícia Gottardi que morreu devido a reação ao remédio dipirona. A jovem era alérgica ao medicamento e recebeu 3 aplicações da medicação durante os atendimentos no hospital de Bonito, em 2012.
De acordo com do advogado Carlos Eduardo Maciel, um dos representantes dos familiares de Letícia Gottardi que faleceu devido ao procedimento médico, o julgamento terá a participação das duas partes. Entre as penalidades, existe a possibilidade de cassação do registro da médica.
“A cassação do registro é a penalidade final. Existem outros como advertência ou suspensão então a gente não sabe qual penalidade será aplicada", explicou Carlos. Segundo o advogado, a denúncia está em andamento no CRM-MS a cerca de 5 anos e, após o julgamento, a outra parte ainda pode recorrer ao CFM (Conselho Federal de Medicina).
A equipe do Jornal Midiamax tentou entrar em contato com a médica Caroline, que está atuando na Santa Casa, mas ela não quis se pronunciar.
O caso
Letícia Gottardi, com 19 anos na época, foi para Bonito, cidade a 300km da Capital, para passar o feriado de Páscoa com a família. A jovem sentiu fortes dores abdominais e foi até o Hospital Darci Bigaton, onde foi atendida pela médica Caroline Franciscato.
Segundo a família, a jovem era alérgica a dipirona e a informação foi repassada para o primeiro médico que realizou o atendimento. Na madruga do dia 7 de abril, Letícia voltou ao hospital onde foi atendida, desta vez, por Caroline, que receitou a aplicação do medicamento Dipirona a jovem.
Letícia voltou a ser atendida outras duas vezes durante a madrugada ao mesmo hospital, mas morreu no mesmo dia. No laudo, a causa da morte foi anafilaxia, que é a reação alérgica mais grave. Na época, a médica afirmou em depoimento à polícia que apenas ‘folheou’ o prontuário da paciente e não viu a observação.
A médica foi indiciada por homicídio com dolo eventual, quando a pessoa mesmo sem querer efetivamente o resultado, assume o risco de produzi-lo.
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