terça-feira, 25 de julho de 2017

Médicos desafiam Renan Filho a se internar em hospital superlotado


 

Um dia depois de ter a situação de superlotação e falta de estrutura do Hospital Geral do Estado (HGE) exposta em reportagem do Fantástico, o governador Renan Filho (PMDB) foi desafiado pelo Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL) a ser atendido na ala vermelha do principal pronto-socorro alagoano e denunciou a presença de 170 pacientes nos corredores da unidade.
 
O relato do cirurgião Paulo Valões, apresentado pelo médico Drauzio Varella, expôs, no último domingo (23), a rotina caótica de atendimento a vítimas de tiros, facadas, acidentes de trânsito e traumas diversos. E o Sinmed reforçou, nessa segunda-feira (25), a cobrança por melhorias das condições de trabalho das equipes que atuam na área de emergência da unidade. 
 
Além da convivência com superlotação constante nos corredores, o Sinmed confirmou que a ala vermelha do HGE concentra uma média de 40 pacientes, em um local onde só poderia serem atendidas nove pessoas, que precisam de resposta em tempo recorde para garantir a sobrevivência das vítimas.
 
“Os profissionais do HGE desejam uma visita do governador Renan Calheiros àquela unidade, como fez na Maternidade Santa Mônica. Desejam que ele veja pessoalmente como ficam acomodados os cerca de 170 pacientes nos corredores. E mais: que fique na ala vermelha como se fosse um paciente, deitado na maca, sentido a aflição de ser atendido num local feito para receber nove pessoas, mas que lida com 40, em média, o que agrava, inclusive, a insalubridade. A equipe tem que apresentar resolutividade em tempo recorde, dando o melhor de si para superar as condições adversas. Muitos adoecem com a situação, e os gestores nada melhoram. Só vivenciando para sentir na pele o drama – e quem sabe –, agilizar uma providência”, diz a nota do Sinmed.
 
PROBLEMA ANTIGO

A reportagem do Fantástico expôs a falta de maca, duas salas de cirurgias fechadas por falta de equipamentos e até luvas que atrasam os atendimentos de emergência. O governador tem investido milhões na construção de sete novos hospitais, ao custo de cerca de R$ 90 milhões. E lida com o desabastecimento do HGE desde o primeiro ano de seu governo. E, no final de 2016, permitiu que o Hospital Escola Hélvio Auto e da Maternidade Santa Mônica fechassem temporariamente para novos atendimentos, porque faltaram de luvas, seringas, até esparadrapo comum e medicamentos básicos para tratamento de pacientes.
 
A Secretaria de Comunicação de Alagoas disse que não se posicionaria sobre a questão, mas adiantou que, ''por diversas vezes, o governador Renan Filho já visitou as instalações do HGE''. Fato que não contribuiu para o fim do caos permanente na unidade de saúde.
 

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