terça-feira, 18 de julho de 2017

"Se não quer passar por isso, não faça filhos", diz médico do SUS a grávida

Mulher permanece esperando atendimento no hospital
 
 
Grávida de cinco semanas e com complicações, a professora Janaina de Matos Cardoso, de 34 anos, sofre com o descaso e a espera para ser atendida no Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande. Professora não conseguiu atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) próximo de casa e recorreu ao hospital, mas durante consulta foi insultada pelo médico que acabou não resolvendo o problema.
 
Segundo informações do marido, Everton Luis de Souza Alves, de 27 anos, que acompanha Janaina, a situação de descaso não é a primeira vez. "Ano passado, no começo de uma gravidez, ela teve sangramento. Corremos para o hospital e disseram que tínhamos que esperar os médicos. Sem ela ser atendida, voltamos para casa e no dia seguinte ela teve um aborto”, conta.
 
De acordo com Everton, a espera por atendimento já passou de 9 horas, já que está com a esposa no Hospital Regional desde a meia-noite. Segundo ele, Janaina chegou com sangramento e passou apenas por consulta, que não resolveu nada, pois a mulher saiu chorando da sala do médico. “Não me deixaram acompanha-lá. Depois da consulta ela saiu chorando e me contou que o médico disse que, se ela não quisesse passar por isso, não devia fazer filhos para não precisar do SUS”, afirma.
 
Everton informou que já entrou em contato com a ouvidoria do hospital para reclamar e tentou conversar com enfermeiras, mas ninguém o ajudou. Revoltado, Everton diz que está cansado do descaso na saúde pública e não quer perder mais um filho por conta disso. Ele e a esposa permanecem no hospital esperando atendimento.
 
A reportagem entrou em contato com assessoria de imprensa do hospital e foi informada que sindicância será aberta para apurar os fatos e que a diretoria clinica do Hospital Regional já está tomando as medidas cabíveis à situação.
 

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