quinta-feira, 13 de julho de 2017

Hospitais deixam de atender 60 mil pacientes em SP devido à falta de verba



O Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e o Hospital Universitário da USP deixaram de receber 60 mil pacientes no primeiro semestre deste ano devido à falta de verbas, segundo informou o SP2 nesta segunda-feira (10).
 
Como reflexo do golpe, levado a cabo principalmente pelo PSDB e seus políticos lacaios servos do imperialismo, as verbas para hospitais estão sendo cortadas e pessoas estão morrendo nas filas. No pronto-socorro da Unifesp, 42 mil pessoas ficaram sem atendimento só entre março e junho. Já no Hospital da USP foram 18 mil que não puderam ser atendidos entre janeiro e abril.
 
O hospital da Universidade de São Paulo teve 50 leitos desativados, o que reduziu em 25% a capacidade de internação. Com isso, o pronto-socorro, que deveria ser um lugar de passagem, acaba recebendo pacientes que precisam permanecer lá por mais de 24 horas.
 
Reportagens encontradas na imprensa burguesa registraram imagens de pacientes dividindo o mesmo espaço, seja qual for o estado de saúde dos mesmos. Não há nenhuma proteção ou divisão entre as macas e muitos ficam lá por dias, até mesmo os que já poderiam ser transferidos para internação. Enquanto isso, camas e macas dos leitos lotam quartos que não estão sendo utilizados. Uma situação absurda vista em todo o âmbito público pós golpe.
 
O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) relata que isso ocorre por falta de pessoal pela falta de verba. A entidade diz que 200 profissionais foram demitidos nos últimos três anos. “Cerca de 50 leitos do hospital que hoje poderiam estar à disposição da comunidade pra internação, pros procedimentos médico-hospitalares, infelizmente encontram-se bloqueados e indisponíveis”, disse Gerson Salvador, diretor do Simesp.
 
O orçamento do Hospital da USP diminuiu de R$ 286 milhões no ano passado para R$ 263 milhões neste ano, uma redução de 25%. A USP, sempre tomada por uma diretoria golpista com cadeira cativa na sala do governador Geraldo Alckmin do PSDB, não se manifesta.
 
Também sendo destruído pelo golpe, o Hospital São Paulo, da Unifesp, precisou fazer o mesmo que o da USP: atender somente casos de urgência e emergência. Neste ano, o governo federal suspendeu o repasse de R$ 18 milhões do hospital. A verba representa quase metade do orçamento da entidade, que também recebe recursos do SUS, do estado e do Ministério da Educação, por ser um hospital universitário.
 
O Ministério da Saúde disse que repassa R$ 53 milhões por ano ao hospital e que a unidade tem que se “adequar ao orçamento”. Resumindo: vai morrer pobre aos montes, por que o golpe é dos empresários e banqueiros que tem dinheiro para hospitais luxuosos e privados.
 
Diante da dificuldade, o pronto-socorro do Hospital São Paulo vai ganhar o reforço temporário da prefeitura da capital. A Secretaria Municipal de Saúde decidiu antecipar a contratação de equipe médica da futura Unidade de Pronto Atendimento da Vila Mariana, e assim retomar o atendimento no pronto-socorro do Hospital São Paulo. Medidas que não irão resolver a situação política atual do golpe, irão tapar buracos para dizer que “salvaram vidas”.
 
É revoltante ver o cinismo com que a burguesia trata o trabalhador, que gera o fruto de toda riqueza social, e ver que o lugar que deveria receber pacientes, pessoas em situação de vida e morte, virou um depósito de trabalhadores doentes. Essa é a política da direita golpista levada ao extremo. Seu reflexo, uma sociedade capitalista doente, onde veremos 50 milhões jogados novamente na miséria como na era FHC; onde vemos encarceramento e genocídio do povo negro em massa; e onde continuamos a perder vidas aos milhões enquanto alguns poucos políticos burgueses roubam milhões tirando vidas.
 

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