A Polícia Federal indiciou duas médicas que atuam em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Jales por estelionato. Segundo a polícia, os horários determinados nos contratos de trabalho com a Prefeitura não estavam sendo cumpridos pelas duas. A investigação concluiu que, em repetidas ocasiões, as médicas chegavam ao local de trabalho apenas para registrar o ponto e saíam em seguida.
De acordo com a PF, períodos inteiros de trabalho não eram cumpridos, mas ficavam registrados como horas trabalhadas nas folhas de frequência.
As investigações partiram de um fato presenciado por um delegado da PF, quando esteve em uma UBS da cidade. Ele notou que uma médica de plantão chegou e, pouco tempo depois, saiu do local, mesmo havendo pessoas que aguardavam consulta. Depois disso, o delegado determinou que agentes federais investigassem se as profissionais cumpriam corretamente o horário de trabalho.
No horário que deveriam estar trabalhando nas unidades do município, a polícia flagrou as profissionais em salões de cabeleireiros, atendendo em consultórios particulares, em casa ou transportando os filhos para cursos. Registros de imagens feitos pelos agentes da PF foram anexados ao inquérito.
De acordo com a polícia, as médicas foram intimadas, mas permaneceram em silêncio durante o depoimento, não respondendo às perguntas do delegado.
As suspeitas, que não tiveram os nomes divulgados, foram indiciadas por estelionato com a agravante do crime ter sido praticado contra a administração pública. O salário delas chegava a R$ 14 mil por mês.
Em nota, a Polícia Federal informou que fará uma recomendação para que a Prefeitura de Jales reforce a fiscalização dos horários de trabalho dos médicos, além de afixar nas salas de espera placas informativas com os nomes dos profissionais de plantão, o horário que eles devem atender nas UBSs e um número de telefone para denúncias dos usuários das unidades de saúde.
A Prefeitura de Jales não foi localizada na noite desta sexta-feira, 30, para comentar o caso. Se condenadas, as duas podem ter de devolver os salários aos cofres públicos.
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