quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Cremesp quer concluir em 2 meses sindicância sobre morte de jovem atingida por aparelho em UTI | Ribeirão e Franca





O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) espera concluir, em até dois meses, uma sindicância instaurada para apurar a morte de uma jovem atingida por um monitor cardíaco na unidade terapia intensiva (UTI) da Santa Casa de Barretos (SP).

Internada com traumatismo craniano desde 16 de setembro em decorrência de uma queda de cavalo, a estudante Beatriz Pires Cardoso, de 19 anos, piorou depois que o equipamento da UTI caiu sobre sua cabeça e morreu em 24 de setembro, segundo informações da Polícia Civil.

De acordo com o presidente da entidade, Lavínio Nilton Camarim, o parecer final deve ser emitido até fevereiro, quando já devem ter sido obtidos todos os depoimentos de funcionários do hospital. “Janeiro temos ainda um período de recesso, mas até fevereiro queremos estar com ela totalmente concluída”, disse Camarim.

Segundo ele, além das alegações da equipe da Santa Casa, o relatório final que pode ou não responsabilizar o hospital pela morte de Beatriz deve também conter informações sobre uma fiscalização feita em outubro no hospital.

“Como funcionam os monitores, como são instalados, como ficam fixados, tudo isso nós pedimos a um médico fiscal fazer todo o levantamento, porque, se houve realmente o que foi relatado à época, uma queda, então isso nós vamos seguramente apontando dentro da sindicância”, afirmou Camarim, sem detalhar as evidências da sindicância, com base no sigilo das investigações.

Caso a apuração encontre indícios de infração ética na conduta médica, o Cremesp deve instaurar um processo ético-profissional. Caso contrário, a denúncia será arquivada.

De acordo com a Polícia Civil, o pai de Beatriz procurou o 1º Distrito Policial relatando que a filha havia sofrido um tombo durante uma cavalgada em Bebedouro (SP) na tarde de 16 de setembro.

A jovem foi atendida no pronto-socorro do convênio médico, onde exames constataram traumatismo craniano. Beatriz foi transferida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bebedouro e novos exames confirmaram o diagnóstico.

O delegado Antônio Alício Simões Júnior contou que a estudante foi então levada à Santa Casa de Barretos, passou por mais exames e acabou sendo submetida a uma cirurgia na madrugada de 17 de setembro.

Em seguida, a jovem foi internada na UTI, permaneceu sedada, mas reagia aos estímulos. Naquela noite, no entanto, segundo ele, um aparelho de monitoramento instalado sobre a cama caiu na cabeça dela. O delegado relatou que Beatriz passou por nova cirurgia e foi colocada em coma induzido.

O estado de saúde da estudante se agravou e ela acabou morrendo na noite de 24 de setembro.

A Polícia Civil instaurou um inquérito por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar, para apurar se a morte ocorreu por negligência, imperícia ou imprudência médica.

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