sábado, 2 de dezembro de 2017

Família acusa Hospital de Taguatinga de negligência após morte de bebê



Larissa deu à luz na 40ª semana de gestação. Estava tudo pronto para receber a filha, Laís.
 Foto: Arquivo Pessoal

Larissa de Souza, 22 anos, e Yury Martins, 23, organizaram um quarto e toda a vida para receber a primeira filha: Laís Oliveira. Porém, na 40ª semana de gestação, o que era alegria se tornou dor. A criança morreu cerca de uma hora depois do nascimento e a situação revoltou a família, que alega negligência médica ao forçarem a mulher a dar à luz de forma natural.

Yury acompanhou de perto os primeiros momentos da filha. Ele estava lá desde a chegada ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), na terça-feira passada, por volta das 9h. Larissa já sentia dores, mas, segundo a família, os médicos não quiseram fazer cesariana, afirmando que seria possível induzir o parto normal. O marido alega que o responsável pelo pré-natal disse que a jovem precisava do parto cesáreo, pois problemas físicos não permitiriam outro procedimento.

“Foi negligência deles. Foram 12 horas tentando induzir o parto. Quando viram que o bebê estava sofrendo, correram para a cesariana”, relata o autônomo, que se emociona ao lembrar dos momentos após o nascimento: “Assim que minha mulher saiu da sala de parto, fui vê-la. Uma atendente veio e me disse que minha esposa estava bem, mas que minha filha estava em estado grave e eles estavam tentando ressucitá-la naquele momento”.

Menos de uma hora havia se passado quando a equipe médica do hospital informou a Yury que a filha não resistiu. A explicação dada a ele, e que causou aindaais revolta, é que a criança defecou e engoliu as fezes, obstruindo os pulmões e levando à parada cardiorespiratória que a matou. Larissa continua internada devido aos cuidados necessários da cesárea feita ontem de manhã.

Pai de primeira viagem, Yury Martins já tinha preparado todo o espaço necessário para a filha viver da melhor forma possível. Agora, ele deseja procurar a Justiça para denunciar o Hospital Regional de Taguatinga por erro médico. O jovem vai pedir que seja feita uma necropsia para verificar a real causa da morte da filha, além de buscar que o responsável seja punido.

“Vamos entrar na Justiça para tomar as medidas cabíveis. Acharam que ia ser normal, mas ela não tinha passagem”, alega Yury. Ele se entristece ao lembrar que, além da própria mulher, a filha sentiu dores ainda na barriga.

O aparecimento de fezes na placenta indicaria que a criança estava “madura” para nascer e que os órgãos estavam funcionando de forma correta. Larissa, mulher de Yury, estava completando as 40 semanas de gestação.

Antes de seguir para a cesárea de emergência, os médicos identificaram líquido meconial, quando as fezes se misturam ao líquido amniótico, e perceberam que a situação tinha se tornado grave. Se a criança ingere esse líquido, ela pode ter complicações de saúde.

Versão oficial

A Secretaria de Saúde informou que a gestante deu entrada na emergência do HRT às 11h de terça-feira. ”Ela foi examinada, a cada hora, conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde.

 Foi feita cardiotocografia categoria 1 – que é um exame de rotina para avaliar a vitalidade fetal. Esse exame foi repetido às 9h20 dessa quarta-feira. O resultado do exame foi satisfató- rio para que a equipe mantivesse a evolução para parto normal”. Durante todo o período, continua, “a paciente foi assistida e foram feitas registros de evolução periódicos no prontuário. Às 10h16, quando houve a ruptura da bolsa, foi visualizado líquido meconial, sendo indicada cesariana de emergência”. “O bebê nasceu às 10h26, respirou ar ambiente de forma espontânea e foi apresentado à mãe. Uma hora depois, teve complicações que levaram a uma parada cardiorrespiratória. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas sem sucesso”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário