sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Gestante é indenizada em R$ 30 mil após médico esquecer gaze dentro dela

Além do profissional, Santa Casa de Santos, onde ocorreu o parto, também foi condenada.
Santa Casa de Santos, no litoral de São Paulo, também foi condenada na ação
 (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que uma mulher seja indenizada em R$ 30 mil, depois que um ginecologista esqueceu dentro dela uma gaze após a realização de uma cesárea. Além do profissional, a Santa Casa de Santos, no litoral paulista, onde ocorreu o parto, também foi condenada.

A decisão altera a sentença inicial estabelecida pelo juiz Joel Mandelli, da 6ª Vara Civil de Santos, que não entendeu que houve qualquer erro médico. Para o desembargador Rodolfo Pelliziari, relator do processo, houve dano e a indenização foi concordada por todo o colegiado da 6ª Câmara de Direito Privado.

"Pode-se afirmar com segurança que houve falha na prestação do serviço médico, pois se trata de erro para o qual existem métodos simples para evitar sua ocorrência", escreveu o desembargador. A contagem de gazes ou compressas utilizadas durante a cirurgia poderia ter evitado o ocorrido, segundo o juiz.

A paciente só notou algo errado um mês depois, quando passou a ter dores na região do abdomên. A suspeita inicial de um tumor foi descartada, após uma cirurgia de emergência indicar a presença de um "corpo estranho" colado à parede do intestino dela. Descobriu-se que era, na verdade, uma gaze esquecida.

O laudo do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc), que reconheceu a existência do corpo estranho, mas não indicou erro médico, foi criticado pelo Tribunal. "Ora, se o esquecimento de um corpo estranho dentro do organismo de um paciente não é negligência e imperícia, o que será?".

A indenização de R$ 30 mil foi estabelecida por considerar que não seria fonte de enriquecimento para a gestante, e que os réus teriam condições de arcar. O caso foi colocado em segredo de Justiça após veiculação na imprensa, e os envolvidos no processo não quiseram se pronunciar quando procurados pelo G1 durante toda a quarta-feira (6).

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