Sobredoses de opioides foi responsável pela morte de mais de 40 mil pessoas; país está vivendo o que eles chamam de "crise dos opiáceos"
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Quantidade de overdose de opioides é preocupante, e presidente dos EUA já declarou a crise como emergência de saúde pública
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Mais de 63 mil pessoas foram a óbito devido à administração excessiva de drogas em 2016. De acordo com o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, parte dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, esse foi o ano mais letal para a epidemia de sobredosagem de drogas.
Segundo o relatório da instituição, a maioria dessas mortes estava relacionada ao uso de opiáceos - uma família de analgésicos, incluindo heroína ilícita e fentanil, além de medicamentos prescritos legalmente, os opioides , como morfina, oxicodona e hidrocodona, que ajudam no alívio da dor.
Somente no ano passado, 66% do total das mortes por uso de drogas nos EUA tiveram alguma ligação com opioides, de acordo com o documento. Isso significa que o número de óbitos passa dos 42 mil, o que é maior do que a quantidade de americanos que morrem de câncer de mama todos os anos.
Em outubro deste ano, o presidente Donald Trump declarou que o País estava vivendo o que ele chamou de “crise dos opiáceos”, e afirmou que a situação era uma emergência de saúde pública. "Como americanos, não podemos permitir que isso continue. É hora de libertar nossas comunidades desse flagelo da dependência de drogas", disse ele. "Nós podemos ser a geração que acaba com a epidemia de opióides".
Trump não estava errado ao constatar a situação como emergência. O levantamento apontou que grande parte do aumento das mortes foi impulsionada pelo crescimento do uso de opióides sintéticos ilícitos, como fentanil e tramadol.
A taxa de overdoses de opióides sintéticos além da metadona - um narcótico do grupo dos opióides utilizado principalmente no tratamento dos toxicodependentes de heroína e outros opióides - aumentou em média 88% ao ano desde 2013 e mais do que duplicou em 2016, quando saltou de 9.580, em 2015, para 19.413.
A heroína também continua a ser um problema, diz o relatório. Desde 2014, a taxa de mortes por sobredosagem da droga aumentou em média 19% ao ano.
Alerta nos hospitais
A crise dos opióides preocupou os médicos e colaborou para que os profissionais tivessem uma maior consciência ao prescreveram analgésicos . Entre 1999 e 2009, a taxa de sobredoses desses medicamentos subiu 13% ao ano, mas, nos anos seguintes esse aumento apresentou queda de até 3% ao ano.
Em 2009, os narcóticos prescritos estavam relacionados a 26% de todas as sobredoses fatais de drogas, enquanto a heroína estava envolvida em 9% e os sintéticos estavam ligados a apenas 8%.
Comparando com 2016, os medicamentos prescritos estavam envolvidos em 23% de todas as sobredoses mortais. No entanto, a heroína agora está envolvida em cerca de um quarto de todas as mortes por drogas, e os opiáceos sintéticos foram responsáveis por quase um terço do total.
Esses aumentos contribuíram para um acréscimo da expectativa de vida dos EUA pelo segundo ano consecutivo.
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