terça-feira, 5 de dezembro de 2017

ISEA: gestão Romero Rodrigues é alvo de nova denúncia; veja vídeo





O descaso com a saúde pública em Campina Grande ganhou mais uma vez destaque na imprensa. O programa Borborema Notícias, da TV Borborema, exibiu na edição de ontem (04) uma reportagem mostrando o descaso do poder público municipal com o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida – ISEA, a maternidade pública de Campina Grande. Na reportagem, médicos enfermeiros e funcionários denunciam, falta de condições mínimas de trabalho e alertam que isso pode levar a morte de crianças e suas respectivas mães a tendidas na unidade.

O caso veio à tona essa semana inicialmente através das redes socais, onde médicos da unidade relataram a ausência de condições mínimas de trabalho, com a falta de leitos no setor de alto risco, pouca quantidade de médicos e plantonistas, material de trabalho e isso vem revoltando os profissionais que trabalham no Instituto e os levaram a procurar os meios de comunicação.

Em entrevista a emissora a obstetra Cláudia Bianca, disse que falta apoio da prefeitura para ofertar um lugar digno para as pacientes em trabalho de parto e já paridas. “Nós temos na sala de parto 18 leitos, incluindo três leitos em corredor, que a gente trabalha normalmente com pacientes em cadeiras em pleno trabalho de parto. Porque a gente não tem vaga na maternidade para essas pacientes já paridas”, disse.

A reportagem mostrou pacientes gravidas deitadas no chão dos corredores do ISEA. Já Patrícia Loureiro que é anestesiologista no instituto, reclama que não existe material adequado e suficiente para exercer seu oficio. “Precisaria de três carrinhos de anestesia, duas salas cirúrgicas e uma sala para fazer coletagem. A gente só tem um carrinho de anestesia”, desabafou.

Outra obstetra Maria do Carmo destaca que já fez partos sem ter nem lençóis para acomodar as pacientes. “O parto é feito em cima de um plástico mesmo, ou às vezes papel toalha”, afirmou a obstetra.

Há pouca quantidade de médicos e plantonistas, também preocupa os profissionais da unidade. De acordo com a pediatra Lourdes Jacinto. “Nosso setor que devia ter quatro plantonistas, funcionou nesse final de semana só com um. Ficando com um profissional exclusivamente para a UTI, deixando a sala de parto descoberta”, alerta a pediatra. Na matéria é destacado ainda que até o Centro de Parto inaugurado em agosto de 2016, até o presente momento não funciona.

Não é a primeira vez que o descaso do ISEA é destaque na mídia, em 2014, foi tema de matéria exibida no Bom Dia Brasil, da Rede Globo, onde o programa revelou para todo o país, o caso das mortes em apenas três meses, de 45 mortes de recém-nascidos, número considerado alarmante pelas autoridades de Saúde, no Isea.

OUTRO LADO


A prefeitura de Campina Grande emitiu uma nota sobre o caso e reconheceu algumas deficiências.


ESCLARECIMENTO – ISEA

 Em relação às denúncias divulgadas a respeito do funcionamento da maternidade do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida – ISEA, a Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande esclarece que: 

1.     Existe um litígio entre a classe médica ISEA e a Secretaria Municipal de Saúde. Tal fato decorre da exigência daqueles profissionais do pagamento de um adicional de produtividade que varia de R$ 1.000,00 a R$ 1.140,00 por plantão, além dos vencimentos que os mesmos já percebem, que são de no mínimo R$ 7.600,00 para uma carga horária de 20 horas semanais e, no máximo, R$ 20.782,00 para uma jornada de 40 horas semanais, de acordo com o tempo de serviço;

2.     Os médicos recebiam esses vencimentos e ainda os valores da produtividade, o que fazia ultrapassar o teto de pagamento para servidor público. O desconto da produtividade dos profissionais na carga horária pré-estabelecida pelo vínculo empregatício só passou a acontecer a partir de determinação do Ministério Público;

3.     A Secretaria de Saúde tem limitações financeiras e precisa obedecer à legislação, tanto no que se refere à Lei de Responsabilidade Fiscal, quanto ao teto para pagamento do servidor público.

4.     A direção da maternidade e a secretária municipal de saúde nunca se negaram a negociar com a categoria, mas os profissionais, radicalizaram o movimento, deixando de comparecer aos plantões, especialmente às noites e nos finais de semana;
 
Assim, a secretaria renova o apelo para que os profissionais médicos levem em consideração os riscos a que a população está sendo exposta e os convida para, de forma cordata e cidadã, negociar uma solução para o impasse.

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