Sirlei Herrera reclama dos problemas causados pelo grave erro médico |
Eu ainda tenho um rim esquerdo com um nódulo”, relata a técnica em enfermagem Sirlei Herrera Infante Pereira, de 47 anos, que teve o rim direito sadio retirado por engano médico numa cirurgia no Hospital Regional de Cáceres (a 234km de Cuiabá). A Delegacia Especializada de Defesa da Mulher do município investiga o caso. Hospital e médicos já estão sendo ouvidos pela delegada Judá Marcondes, que comanda a investigação.
Sirlei conta que sentia dores constantes desde janeiro do ano passado e procurou o serviço médico. Após realizar exames em março de 2018, um nódulo de pouco mais de três centímetros foi detectado no seu rim esquerdo. O médico disse a ela que precisava passar por uma cirurgia.
Em agosto, Sirlei passou pelo procedimento que durou seis horas no Hospital Regional de Cáceres. Mas, ao acordar da cirurgia e perguntar ao filho qual rim foi retirado, o menino lhe respondeu que foi o direito. “Acabou com a minha vida, pois o problema estava no esquerdo. O direito era o sadio”.
Segundo a técnica em enfermagem, o médico apalpou o órgão e constatou que o rim direito “estava podre e desmanchando que nem um tecido velho”. “Ele me abriu que nem um porco”, exclama em referência a cicatriz deixada pela cirurgia.
Ela buscou então a Policia Civil no mês seguinte e registrou boletim de ocorrência contra o médico e o hospital. Depois de passar por três profissionais (um em Cáceres, e dois em Cuiabá), Sirlei descobriu que não precisava nem passar por cirurgia e que poderia ter ainda os dois órgãos. O rim esquerdo tinha um tumor, mas podia ser tratado com medicamentos.
Sirlei disse que vai entrar com um processo judicial contra o médico e o hospital. A técnica em enfermagem relatou que não consegue estimar o tamanho do gasto após todos os exames. “Não ponho nem na caneta”, frisa.
Ela continua a tomar o remédio para tratar o rim esquerdo e disse que, depois da cirurgia, tudo ficou prejudicado na sua vida. Por causa das dores, Sirlei não consegue andar sem uma cinta, ficar em pé por muito tempo – o que lhe é exigido no dia a dia da profissão – e poder trabalhar. Seu marido, que é caminhoneiro, está desempregado. Eles estão recebendo ajuda de amigos e familiares.
A técnica em enfermagem relata ainda que não dorme bem e vive dependente de uma série de medicamentos, mas não faz hemodiálise. “É tão difícil relembrar. Mexeu com toda a minha estrutura e minha família. De setembro para cá foi só problema”.
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