Desde o final do ano passado, a vendedora autônoma Patrícia Araújo Costa Lucena, de 31 anos, vem enfrentando um drama para conseguir fazer uma cirurgia na face. Ela pretende corrigir uma deformidade no nariz quebrado, responsável por dores e dificuldade para respirar.
Patrícia diz que acumula traumas na face que interferem no cotidiano. A primeira situação ocorreu quando foi jogada pelo ex-marido do terceiro andar de um prédio, no bairro de Pernambués, em novembro de 2017. A situação se agravou meses depois, quando ela sofreu um acidente de motocicleta.
Após realizar uma bateria de exames, Patrícia passou por uma consulta para avaliação no dia 10 de dezembro de 2018, no Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), mais conhecido como Hospital das Clínicas, no Canela. Porém, na unidade, ela relata ter sofrido um novo trauma, agora psicológico. “Quando fui passar pelo cirurgião, ele me humilhou. Passei mal, chorei e fui parar na emergência”, contou ao BNews. A consulta determinaria a data da cirurgia, o que não ocorreu devido, segundo ela, o comportamento do residente,
Patrícia registrou a ocorrência na Ouvidoria do hospital, vinculado à Universidade Federal da Bahia (Ufba). Segundo consta no documento (foto acima), o profissional “apresentou uma postura antiética, debochando da paciente, dando risada e fazendo com que os alunos tivessem a mesma postura. A chamando de mentirosa, que o nariz dela não era como ela informou, dizendo que queria prova”.
"Do ponto de vista otorrinolaringológico, não encontra-se contraindicação ao procedimento estético nasal", diz um dos vários encaminhamentos enviados ao BNews pela paciente.
Após meses de espera, Patrícia afirma que só quer ser submetida ao procedimento cirúrgico. “Além da questão estética, sinto muita dor. Não respiro direito, porque respiro apenas pela boca. Quero só minha cirurgia”, informou ao site.
"MÁ INTERPRETAÇÃO" - Procurada pelo BNews, a assessoria do Hospital das Clínicas emitiu, na quinta-feira (14), o seguinte esclarecimento: "A demandante procurou a Ouvidoria do Hupes, que entrou em contato com a coordenação do Serviço de Cirurgia Plástica tendo este conversado com o profissional citado, recebendo a informação de que certamente houve uma má interpretação pela paciente, pois este tipo de conduta não é do perfil dos colaboradores. O coordenador do Serviço se colocou à disposição da demandante para quaisquer outros esclarecimentos. Quaisquer dúvidas a Ouvidoria solicita que a demandante entre novamente em contato com o setor".
Procurada novamente pela reportagem, Patrícia afirmou ter entrado em contato com a Ouvidoria, porém, o caso continua sem definição. Na sexta-feira (15), Patrícia denunciou o profissional ao Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb).
Nenhum comentário:
Postar um comentário