segunda-feira, 25 de março de 2019

Falta de médico e remédio prejudica tratamento de paciente com transtorno mental

HGR, Coronel Mota e CAPSIII não estão oferecendo serviços adequados, afirma denunciante

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III) atende pacientes que sofrem de transtornos mentais graves e persistentes
Uma jovem procurou o Roraima em Tempo para denunciar a falta de assistência da Saúde Pública aos pacientes que sofrem de transtornos mentais. Conforme a denúncia, o Hospital Geral de Roraima (HGR) e a Clínica Especializada Coronel Mota estão com falta de psiquiatras. Além disso, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III) não está distribuindo medicamentos.
Ela explicou que os pacientes que fazem acompanhamento médico pela rede pública passam por um processo nas unidades de saúde. "Na primeira crise, nós recebemos atendimento no HGR, onde é feita a primeira avaliação, receitada a medicação e entregue um encaminhamento para início de tratamento no Coronel Mota", detalhou.
Segundo a paciente, que preferiu não se identificar, os remédios receitados são distribuídos pelo Centro de Atenção Psicossocial, todavia alguns medicamentos estão em falta. Como é o caso do haldol decanoato. "A falta dele coloca em risco a vida dos pacientes e de terceiros, pois os mesmos não respondem pelos seus atos sem a ingestão desse remédio", declarou a mulher.
A paciente criticou o atendimento nas unidades de saúde do Estado, uma vez, que segundo ela, tem sido adiado com frequência, atrapalhando o tratamento. "O Coronel Mota é responsável pela marcação de consultas, mas a falta de profissionais tem dificultado isso. No dia da consulta só recebemos a notícia de adiamento", assegurou.
Para a mulher, o adiamento da consulta interfere diretamente no tratamento dos pacientes. "A medicação receitada vale por certo período, o qual deve ser renovado por meio de uma nova consulta, que está sendo adiada por uma ou duas semanas. Além disso, ainda falta o remédio. O tratamento fica totalmente comprometido", destacou a jovem.  
Diante da situação, pacientes choram sem saber o que fazer, pois até para comprar os remédios precisam da receita prescrita pelo médico, fincando assim a mercê do estado. Os familiares não sabem lidar com os surtos provocados pela ausência da medicação, conforme a denúncia enviada à reportagem.
O QUE O GOVERNO DIZ
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que, de acordo com a Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica, o medicamento haldol decanoato foi incluído no processo emergencial de aquisição de medicamentos, e que aguarda a proposta de empresas que atendam aos requisitos como valor de mercado compatível.
"Vale ressaltar que ao assumir a atual gestão, o desabastecimento de remédios era praticamente total, e não havia nenhum contrato de aquisição aberto, nem atas de registro de preços vigente", citou a nota.
Mas atualmente, além do processo anual de compras de medicamentos e materiais médico-hospitalares, foram abertos também quatro processos emergenciais para aquisição desses itens, de acordo com a Sesau.
Quanto ao atendimento nas unidades de saúde, a pasta esclareceu que elas dispõem de duas médicas psiquiatras. Uma delas está de férias e os pacientes atendidos por ela estão com agendamento de consultas garantido após o retorno.
A outra psiquiatra, conforme a nota enviada à redação, precisou tirar licença médica. "A Sesau está trabalhando para solucionar a situação e garantir o atendimento dos pacientes que procuram a unidade", concluiu a secretaria.
Roraimaemtempo




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