Criança apresentava quadro de febre, cansaço e falta de ar e foi diagnosticada com inflamação na garganta. Ela faleceu em decorrência de choque séptico (infecção), pneumonia, anemia e desnutrição
Família de menina acusa médica de ambulatório de erro de diagnóstico. |
Foram dias de febre, cansaço e falta de ar, até que Andreza Silva, de 2 anos, morreu na última quinta-feira (28) quando era levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Benedito Bentes, na parte alta de Maceió. A família afirma que esteve com a menina na terça-feira (26) no Ambulatório 24 Horas Denilma Bulhões onde a médica de plantão diagnosticou uma inflamação na garganta e receitou antibiótico e analgésico.
Como a menina não melhorava, ela foi levada outras duas vezes na unidade de saúde, até que, na quinta, a criança não resistiu e morreu depois de sofrer paradas cardíacas. Agora os parentes acusam a equipe que atendeu a criança de negligência, que morreu em decorrência de choque séptico (infecção), pneumonia, anemia e desnutrição. “Se tivessem diagnosticado o problema, ela teria sido internada e sobreviveria. Como uma médica não reconhece os sintomas de um problema que pode matar uma criança?”, questionou o tio Bruno da Silva.
Ele afirma que a família pretende processar a médica que diagnosticou inflamação na garganta e também o Estado de Alagoas.
O que diz o Ambulatório?
De acordo com a supervisão do Ambulatório Denilma Bulhões, a paciente recebeu assistência nas ocasiões em que a criança esteve na unidade, conforme prevê o protocolo preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que antes de procurar a assistência no ambulatório, no dia 26 de março, a menina recebeu atendimento no Posto Municipal Hamilton Falcão, segundo teria relatado a própria mãe, que não sabia informar se a caderneta de vacinação da filha estava em dia.
Relatou ainda que a paciente apresentava uma lesão no lábio, além de tosse e febre, há uma semana e que, após ser examinada pela médica e não apresentando sintomas que justificassem um encaminhamento para internação, uma vez que a criança estava, segundo a secretaria, ativa, corada e os aparelhos respiratório e cardíaco não apresentavam alteração, a paciente foi medicada e liberada, recebendo as orientações para que continuasse o tratamento em sua residência.
No dia seguinte, 27 de março, segundo a Sesau, a mãe retornou ao ambulatório, informando que a criança continuava febril e relatou que ela apresentava uma lesão no terceiro dedo da mão esquerda e que já estava fazendo uso de Amoxicilina, prescrita em outra unidade de saúde. Mais uma vez, a criança foi examinada, medicada e, novamente, por não apresentar sintomatologia para internação, foi liberada e a mãe recebeu a orientação para retornar à unidade se houvesse piora do quadro clínico, o que não ocorreu.
Na quinta, 28 de março, a menina entrou em óbito durante atendimento na UPA do Benedito Bentes. “A supervisão do Ambulatório Denilma Bulhões salienta que está à disposição da família para prestar os esclarecimentos necessários, como fez na quinta-feira, quando o pai da criança esteve na unidade e recebeu cópia do Prontuário Médico, atestando que a conduta adotada atendeu ao que prevê a assistência pré-hospitalar em saúde”, diz a nota da Sesau.
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