sábado, 16 de março de 2019

Médico obstétrico de Rolim de Moura é denunciado por paciente após sofrer violência obstétrica


Uma mulher procurou a delegacia de Polícia Civil de Rolim de Moura (RO), após sofrer violência obstétrica, segundo ela, por parte de um médico obstétrico que trabalha há muitos anos no hospital municipal.
Segundo informações da vítima, o que era para ser um momento de alegria acabou sendo um momento de terror e medo, entenda o caso:
A paciente solicitou na hora do parto que seu esposo acompanhasse o parto, pedido negado pelo médico que ainda afirmou que se houvesse insistência por parte do esposo ele não faria o parto, ainda sem autorização da paciente o médico rompeu sua bolsa para antecipar a cesariana.
A jovem afirma que sofreu violência psicológica no intuito de forçar uma cesariana, além de constrangimento e maltratos por este médico. Após a denúncia feita pela paciente, outros casos semelhantes apareceram, acusando este profissional de agir da mesma forma.
A paciente denuncia que após o parto, o médico usando de truculência, fez uma sutura malfeita, deixando uma cicatriz horrível. A jovem expos em sua rede social o ocorrido, veja no texto abaixo publicado em seu facebook.
Pois é, não havia, seria ali mesmo, o médico olhou para mim e disse: “olha, não sei se vai dar certo, mas você pode continuar tentando você fez sua escolha preferiu ficar com elas (doula e amiga enfermeira), elas fizeram tudo errado com você e agora você terá que sofrer as consequências, talvez o seu útero tenha rompido e o seu feto não consiga. Eu super assustada perguntei se podíamos ouvir o bebê e ouvimos, estava tudo bem com o bebê, ele era forte e os batimentos cardíacos estavam em 140 por minuto.
Mas isso não foi o suficiente para o Dr. ele continuou indagando: “Olha já vou te falar, teremos que fazer a episiotomia senão você pode se rasgar toda”, a enfermeira disse a mesma coisa e ainda completou: “O seu bebê é grande será impossível não fazer”. O médico continuou dizendo: “Eu tenho mais estudo que essa menina (ele se referia a doula), tenho livros e livros de estudo e ela o que tem”? 

Agora eu te pergunto, aonde foi que ele estudou que aprendeu a tratar uma paciente assim? Onde ele aprendeu fazer uma cirurgia assim?

Enquanto eles falavam todas essas coisas, eu estava ali gritando de dor, eu pedi varias vezes para levantar, eu queria levantar, eu queria agachar, sentia meu corpo pedindo isso, então ele veio e de novo fez o toque, meu Deus eu já havia perdido as contas de quantas vezes ele já havia feito e de como era horrível, então ele disse: “Seu colo do útero ainda esta duro, não vai dar tempo, vamos ter que fazer cesárea”. Como assim, colo do útero duro? Eu não compreendia nada naquele momento, mas não tinha mais para onde ir, a não ser a mesa de cirurgia. 
Fui carregada para o centro cirúrgico, lá eu mal consegui subir na mesa de cirurgia, sentia muita dor e o desespero era maior que qualquer outra coisa. Eu chorava, mas tive que engolir o choro e me calar. Lembro-me perfeitamente de ter apenas três pessoas na sala, a enfermeira, o médico e outro médico auxiliar. Foi “Ele” mesmo que aplicou a anestesia em mim, achei estranho, mas naquele momento a única coisa que eu queria era ver o fim de tudo aquilo, era ver meu filho bem.
Estas foram o desabafo desta paciente que relatou em sua rede social o descaso que sofreu por parte do médico e isto não pode ocorrer, pois o paciente já entrar em estado de choque nervoso e o médico ainda piora a situação.
Nossa equipe procurou a direção do hospital para falar sobre o assunto:
O diretor do Hospital Municipal, Reinaldo Macedo, relatou que só teve conhecimento dos fatos através das redes sociais e que em nenhum momento foi procurado pela paciente ou autoridades, segundo ele, somente quem tinha conhecimento total dos fatos era a direção clínica do hospital.
O diretor informou que enquanto não for notificado oficialmente pela direção clinica ou por outras autoridades, não poderá tomar as medidas administrativas e jurídicas levando em consideração somente com as postagens, sem nenhum documento oficial em mãos.
Apesar disso, após as denúncias feitas no facebook a direção geral do hospital busca saber a verdade, para abrir uma sindicância contra o médico e elucidar o que ocorreu no dia da cesária, se for comprovada a veracidade, a denúncia será encaminhada para o conselho de medicina.
Segundo Reinaldo, o médico não poderia ter proibido o esposo da paciente de assistir o parto. O diretor do hospital lamenta o ocorrido e se coloca à disposição para prestar esclarecimentos sobre o caso, mesmo que tenha ocorrido cerca de uma semana de sua gestão.


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