domingo, 24 de março de 2019

Portadora de doença do Crohn denuncia falta de remédios de alto custo e pede ajuda


Portadora de uma doença inflamatória intestinal, a doença do Crohn, Eliza Erculana da Silva Hungria, 51, está desesperada pelos medicamentos que a ajudam no tratamento, porém não consegue acesso aos remédios pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devido à falta no estoque da Farmácia de Alto Custo, em Cuiabá. A última vez que conseguiu o remédio foi em janeiro deste ano. Desde então, as idas até a unidade tem sido revoltante e em vão.

“Fui lá e cheguei tão aborrecida com isso. Eles dizem que estão em falta e eu não posso comprar. É uma tristeza”, lamentou Eliza ao GD. Ela conta que sempre trabalhou como pode para sustentar a casa que mora e construí-la aos poucos com a renda das vendas de produtos em revista, ambulante na rua e doméstica.

Em 2011 descobriu a doença do Crohn e em seguida a trombose, que também gerou 3 úlceras venosas. Apenas uma foi curada. Com a grande quantidade de medicamentos, o organismo também começou a se debilitar e precisar de outros remédios. “Por conta disso tô nessa luta atrás de remédios. A doença do Crohn não tem cura, mas eu não posso interromper o tratamento”, afirma.

Apenas o salário mínimo do auxílio saúde ajuda Eliza. Com ela moram uma filha e 6 netos. “Ela ajuda como pode, mas os medicamentos são muito caros”, diz. Entre os medicamentos que usa está a mezalasina de 800 miligramas. Cada caixa com 30 comprimidos custa mais de R$ 200.

Em uma das idas até a farmácia, ela foi orientada a pedir receita com dosagens menores do medicamento, porém ao retornar novamente estava em falta. “Minha vizinha vendo minha situação me levou lá outro dia e não tinha o medicamento. A gente liga e eles dizem que não tem previsão de reabastecer. Esses governantes precisam ser pontuais com os compromissos e ter misericórdia das pessoas que necessitam”, disse compadecida.

Quem puder ajudar Eliza entre em contato através do telefone da neta (65) 98406-0654. A mulher friza que a sua única necessidade é conseguir manter o tratamento com os remédios. "Tomo remédio para estômagos, para circulação, para trombose, para tudo. Só preciso dos meus medicamentos que não posso comprar", finaliza.

Outro lado

A Secretaria de Estado de Saúde (Ses) afirmou, por meio de nota, que o medicamento utilizado por Eliza já foi comprado, porém aguarda a entrega por parte do fornecedor. A compra de 90 mil cápsulas da mesalazina custou R$ 169,2 mil.

Para os pacientes que também necessitam desse mesmo medicamento, a Ses pede que eles mantenham contato com a Farmácia de Alto Custo, através do telefone (65) 3322-550. O atendimento funciona de segunda-feira a sexta-feira das 7h30 ás 17h30 e inclusive no horário de almoço.

Gazetadigital








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