quinta-feira, 21 de março de 2019

Funcionários de dois postos acusam familiares de grávida que perdeu bebê de ameaça na BA; família nega e aponta negligência

Estabelecimentos não funcionaram durante a manhã desta quarta-feira (20). Pai e avó de paciente diz que mulher perdeu bebê porque não foi atendida.

Funcionário de postos de saúde suspendem atividades após ameças de morte em Ilhéus
Os funcionários de dois postos de saúde da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, fecharam as portas das unidades médicas, na manhã desta quarta-feira (20), após supostas ameaças feitas por familiares de uma mulher que estava grávida e perdeu a bebê, nesta semana.

De acordo com os funcionários do Posto de Saúde Euler Ázaro, que não se identificaram, a avó da mulher esteve no local e fez ameaças de morte. O mesmo teria sido feito pelo marido da gestante no Posto Programa Saúde da Família (PSF) II. As duas unidades ficam no bairro Teotônio Vilela.

A família da grávida nega as acusações, contudo, tanto a avó quanto o marido da mulher foram encaminhados para prestar esclarecimentos na delegacia da cidade após denúncias. Eles foram liberados após serem ouvidos.

Os familiares da gestante alegam que a mulher foi vítima de negligência médica dos dois postos de saúde e acusam as unidades pela morte da bebê, que seria a primeira filha da paciente. Com nove meses de gestação de risco, a mulher teria buscado encaminhamento para dar à luz em uma maternidade nos dois locais e não teria sido atendida.

"Eu não falei isso. Eu cheguei lá e perguntei quem era dona Jamile. Aí, elas ficaram caladas. Eu fui e falei para elas assim: 'Minha neta teve aqui, pediu a carta a vocês, para ela ir para o hospital, porque ela estava com problema, gravidez de risco, e vocês disseram que a moça não daria a carta porque estava com o filho doente e não estava aqui. Vocês não tomaram providência. Ela voltou para casa passando mal. Levamos para o Hospital São José. Quando chegou no Hospital São José, ela não tinha carta, o médico olhou e mandou ela voltar para casa. A gente conseguiu, levou ela para Itabuna [também no sul da Bahia]. Quando chegou lá, o estado dela já estava grave. Aí, os médicos não poderiam operar, porque a pressão estava alta, diabetes estava alta, e a criança morreu dentro dela'", disse Marinalva Conceição.

"E aí eu disse para elas que elas iriam pagar por isso. Que um dia elas seriam mães e elas iriam saber o que era a dor de uma mãe perder o filho, ver o filho morrendo na barriga, sem poder salvar. Que elas não tinham coração", completou.

O marido da gestante também negou as ameaças.

" Eu vim atrás de alguma explicação que elas pudessem dar. Eu cheguei aqui e falei que ela ia pagar pelo que aconteceu, por minha filha ter nascido morta. Mas não falei em tom de ameaça. Ela vai pagar na Justiça, por causa da negligência dela, porque ela precisava de uma carta para fazer o parto cesáreo, veio várias vezes no posto e não encontrava Jamile. Minha mulher falava com ela no WhatsApp, ela visualizava e não respondia. A coordenadora dela [Jailma] já tinha dado autorização para ela dar a carta. Ela não deu essa carta. Minha filha morreu por causa da negligência dela", afirmou Adriano da Silva.

Em contato com a produção da TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia, a Secretaria de Saúde de Ilhéus informou que está apurando se houve negligência de algum dos funcionários dos postos. O Conselho Municipal de Saúde informou que também está apurando o caso.

A Secretaria de Saúde de Ilhéus informou ainda que registrou queixa na delegacia contra o homem, porque vários funcionários confirmaram a ameaça. Os postos de saúde voltaram a funcionar a tarde, com reforço da ronda da Polícia Militar e o apoio da Guarda Municipal.

Posto em Ilhéus
































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