O atendimento materno-infantil na rede pública de saúde em Pernambuco enfrenta problemas. Um dos mais graves é a falta de assistência ao parto em diversas cidades do interior do Estado, principalmente às gestantes de alto risco. A constatação, que obriga as mulheres grávidas se deslocarem para a capital para terem os filhos longe da família e dos municípios onde vivem, é do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).
De acordo com o sindicato, sem assistência, essas gestantes se deslocam para as maternidades localizadas no Recife, que não estão estruturadas para receber um público além da capacidade de atendimento. O quadro atual é de superlotação nas unidades de saúde. O Simepe diz que o excesso de pacientes provoca falta de insumos e material de trabalho, além de resultar na sobrecarga dos profissionais médicos que trabalham nas maternidades públicas.
De acordo com a vice-presidente do Simepe, a ginecologista e obstetra Claudia Beatriz Camara, a situação é ainda mais grave na assistência às mulheres com gestação de alto risco, oferecida em apenas cinco unidades de saúde localizadas no Recife. São elas: os hospitais Barão de Lucena, Agamenom Magalhães, Hospital das Clínicas, Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (IMIP) e Centro de Saúde Integrado Amaury de Medeiros (CISAM).
“Em algumas dessas maternidades, o número de pacientes chega a atingir 200% da quantidade de vagas disponíveis”, alerta Claudia Beatriz. A obstetra lamentou ainda que o Hospital da Mulher, inaugurado em 2016 pela Prefeitura do Recife como uma unidade de referência, até hoje não tenha aberto leitos destinados às gestantes de alto risco.
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