Hospital disse que profissional já tinha sido orientado sobre a necessidade de usar os equipamentos e que ele está afastado após apresentar os sintomas da doença. Ao todo, 132 funcionários da unidade estão afastados.
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A Secretaria Estadual de Saúde investiga a denúncia de que um médico estava trabalhando no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) mesmo com confirmação de Covid-19 e sem usar os equipamentos de proteção individual [EPIs]. O hospital tem 132 profissionais afastados com diagnóstico confirmado ou com suspeita de contaminação pelo coronavírus.
“Tem um caso emblemático, que é um profissional que está se recusando [ a usar EPI], mesmo estando confirmado para Covid19. E nós cobramos da direção do Hugo que afastasse esse profissional, porque ele é um risco à sociedade”, disse Néia Vieira, membro da diretoria do Conselho Estadual de Saúde.
A assessoria de imprensa do Hugo informou, em nota enviada por e-mail às 15h30 desta segunda-feira (4), "que o profissional suspeito de não usar os equipamentos de proteção disponibilizados foi orientado pela equipe e já tinha passado por treinamento. Esse médico evoluiu com sintomas da Covid-19 e apresentou atestado médico. No momento, ele está afastado e teve o caso confirmado. Devido à doença, ele ainda não foi ouvido para apresentar defesa sobre a suspeita da conduta inadequada".
(CORREÇÃO: O G1 errou ao informar que a assessoria do Hugo declarou que o profissional com coronavírus suspeito de não usar EPI se trata de um residente em ortopedia. Na verdade, a informação foi repassada pela Secretaria Estadual de Saúde. A informação foi corrigida às 15h30 de 04/05).
O secretário Estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, disse que o caso vai ser investigado pelo órgão.
“Isso não é caso nem de vigilância. Isso é caso de polícia. É de uma irresponsabilidade absurda. O primeiro princípio da ética médica é não fazer mal. A gente vai apurar essa denúncia e, se for verídico, é bastante grave”, afirmou.
A Secretaria Estadual de Saúde informou, em nota enviada por e-mail às 16h desta segunda-feira, que notificou a diretoria do hospital de que havia na unidade um médico residente da ortopedia que não estava utilizando os EPIs disponibilizados. O órgão reforçou ainda que não "há falta de EPI em suas unidades e que providências adicionais estão sendo tomadas conforme cada caso".
Hugo registra mais 130 profissionais com diagnóstico confirmado ou com suspeita de Covid-19 |
A denúncia do médico que não estaria usando EPIs mesmo com coronavírus chegou ao conselho durante uma fiscalização na unidade. Profissionais também relataram que não estavam usando todos os equipamentos necessários nos atendimentos e não sabiam que pacientes estavam com a doença.
“A gente já estava tomando as precauções, porém, só após eu sentir tudo que senti, ter os sintomas e eu ter me afastado, fiquei sabendo de um paciente que eu atendi e era positivo [para coronavírus]. Ele estava em um andar sem ser classificado como suspeito. A gente estava de máscara, luva e touca. Porém, a gente não estava de óculos porque era um paciente que não estava classificado como suspeito”, disse uma profissional que não quis ser identificada.
O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Leonardo Reis, disse que a indicação é para que todos os profissionais de saúde usem os equipamentos de proteção individual e orienta que o Hugo apure se existem mais pessoas com sintomas da Covid-19.
“É fundamental que a empresa que administra o Hospital de Urgência de Goiânia teste médicos e demais colaboradores, além dos pacientes, para poder isolar aqueles que testarem positivo para a Covid-19”, disse.
O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde) também reforça que todos os servidores da saúde precisa usar os equipamentos de proteção para evitar que sejam contaminados e que também não disseminem o coronavírus.
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