Mulher disse que valores vieram na conta do Imas e ela só percebeu erro depois de pagar. Instituto informou que vai apurar caso e, se for constatado erro, cliente será ressarcida.
Viúva faz denúncia contra Imas sobre cobrança indevida em nome do marido, em Goiânia |
A servidora aposentada Telmute Sousa denunciou que o Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas) cobrou dela por consulta e medicamentos do marido dois dias depois que o homem morreu, na capital. A viúva disse que pediu para ser ressarcida porque só percebeu o erro após pagar a fatura.
“Cobrou a consulta e a medicação. Estou muito revoltada. Não é questão do dinheiro, é questão do ato. [Denuncio para que os outros servidores] fiquem atentos e passem a pesquisar o aplicativo do Imas e acompanhar. Que é o que eu vou fazer agora”, disse.
O Instituto informou que o prestador de serviço, neste caso o hospital em que o marido da aposentada foi internado antes de morrer, tem até 30 dias após o atendimento para fazer a cobrança, e que esse pode ser o motivo de ela ter recebido a cobrança referente à data posterior à morte do esposo.
Ainda conforme o Imas, a aposentada pode procurar o Instituto para fazer a reclamação e, se constatada irregularidade, o dinheiro deve ser devolvido.
Aposentada Telmute Sousa cobrada por remédios e consulta de marido que já morreu |
Investigações
O Imas foi alvo de uma operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que apura suspeita de um esquema que cobrava por exames de pacientes que já morreram. Na ocasião, foram presos o presidente do órgão, uma advogada e quatro médicos. Todos já foram liberados.
Batizada de "Fatura Final", a ação foi realizada no último dia 21 de fevereiro e também cumpriu nove mandados de busca e apreensão na sede do órgão e hospitais
A investigação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) começou em junho de 2018, após a denúncia de servidores.
De acordo com os promotores, o alvo é um contrato com uma clínica de fachada. O documento foi assinado em 2017 e previa repasses de até R$ 10 milhões em cinco anos para a empresa falsa.
Por meio do esquema, aponta o MP, eles agendavam consultas, exames e cirurgias de pacientes, sem que os beneficiários soubessem ou passassem por eles.
"Para determinados tipos de atendimento, oncológico ou renais crônicos, o beneficiário é isento de colaboração. Sendo assim, teoricamente, o paciente jamais teria conhecimento porque não paga", explicou o promotor Fernando Cesconetto.
Apesar de os beneficiários não pagarem, havia uma carência de 120 dias para determinados exames. Por isto, algumas pessoas suspeitaram de fraudes, pois tiveram procedimentos negados sem terem passado por eles.
Durante a investigação, os promotores encontraram mais de 300 guias autorizadas pelo diretor de saúde para a própria clínica. Ao ouvir as pessoas que teriam sido atendidas, dezenas sequer conheciam a clínica. Muitos laudos também eram exatamente iguais.
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