Creuza Maria relatou que a neta tinha indicação para cesariana, mas o hospital forçou o parto normal; bebê está internado com paralisia cerebral
Avó acusa Hospital de Clínicas da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro de negligência no atendimento à
neta gestante. Creuza Maria acionou a reportagem do Jornal da Manhã
relatando que sua neta, Fabíola Martins, teve diversas complicações no
parto de seu filho, que aconteceu no dia 19 de janeiro. Ela diz que a
criança nasceu com falta de oxigênio no cérebro e teve o quadro
agravado, com paralisia cerebral, e hoje corre sério risco de morte.
Contudo, a assessoria de imprensa do HC/UFTM nega que o problema da
criança seja decorrente de problemas no atendimento à paciente.
Creuza explicou que a neta tinha
indicação para cesárea e que o hospital a teria forçado a dar à luz pelo
procedimento normal. “Levaram ela para fazer uma cesárea, não fizeram a
cesárea, só usaram o comprimido. O caso era de cesárea, eles forçaram a
fazer normal. Ela caiu no chão, eles não fizeram nada. Hoje o menino
está lá na UTI neonatal, ontem eles falaram para ela que o menino está
morto, deu paralisia cerebral”, acusa Creuza.
A assessoria do Hospital das Clinicas
rebate que não existe, em todo o registro de consultas e acompanhamentos
da paciente em questão, nenhum documento que indique a necessidade de
cesariana e que a designação era para parto normal. Também reitera que a
norma do Sistema Único de Saúde é realizar cesárea apenas em casos em
que há necessidade, devido a problemas de saúde da gestante ou
complicações relativas ao feto. O hospital alega que nenhuma dessas
hipóteses se aplica ao caso e que desde o início do acompanhamento a
indicação para o parto era pelo procedimento normal.
Com relação à queda durante o
procedimento cirúrgico, o HC/UFTM descarta qualquer imperícia por parte
da equipe médica. “Não houve qualquer imperícia por parte da equipe
médica que tenha causado queda da paciente durante o trabalho de parto. O
Hospital adota todas as medidas necessárias para atendimento dos
requisitos de segurança em cirurgias e possui equipe multiprofissional
altamente qualificada. O procedimento detalhado do parto consta de nota
adicional presente no prontuário da paciente e assinada por uma junta
médica composta por quatro profissionais. A paciente, inclusive, possui
cópia dessa documentação”, diz trecho da nota.
A família está consternada com a
situação. A bisavó do recém-nascido culpa o serviço e aponta que o bebê
era grande demais. “O menino tinha peso e para a capacidade dela não era
para ter parto normal, ela foi em outro médico e o médico falou que era
para fazer parto cesárea. Levou para o hospital escola para acontecer
uma coisa dessas”, lamenta Creuza.
Ainda segundo informação da assessoria
do HC/UFTM, o bebê está estável e sem risco de óbito. Porém apresenta
sim risco de sequelas, mas que elas não são decorrentes das alegações
presentes na reclamação. Por fim conclui que as possíveis causas não
podem ser expostas pelo hospital com intuito de preservar a imagem da
própria paciente.
A paralisia cerebral é caracterizada por alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento motor e cognitivo.
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