A Justiça
goiana condenou na semana passada dois médicos por consequências em
duas cirurgias estéticas em seus pacientes. Os julgamentos aconteceram
na terça-feira (16) em dois municípios e foram decididos pelos juízes
Jonir Leal de Souza, da 1ª Vara Cível da Aparecida de Goiânia, e pela
juíza Lília Maria de Souza, da 1ª Vara Cível de Rio Verde.
Um cirurgião plástico de Rio Verde foi condenado (veja sentença aqui)
a pagar R$ 50 mil de indenização a uma paciente que sofreu necrose após
ser submetida à cirurgia plástica de redução de mamas. A mulher sofreu
sequelas permanentes nos mamilos e aréolas, que não cicatrizaram depois
do procedimento.
Em
defesa, o médico responsável alegou que necrose é um risco inerente ao
tipo de procedimento e que a mulher estava ciente. Segundo laudo
pericial, o problema da autora só poderá ser revertido com nova cirurgia
reparadora.
A
magistrada destacou, também, que cirurgia plástica estética tem
obrigação de oferecer um resultado esperado ao paciente. “Não se pode
negar o óbvio, que decorre das regras da experiência comum: ninguém se
submete aos riscos de uma cirurgia, nem se dispõe a fazer elevados
gastos, para ficar com a mesma aparência, ou ainda pior. O resultado que
se quer é claro e preciso, de sorte que, se não for possível
alcançá-lo, caberá ao médico provar que o insucesso total ou parcial da
cirurgia deu-se a fatores imponderáveis”, afirmou a juíza.
O outro
caso foi em uma ação contra o médico Wesley Murakami, já denunciado por
pacientes de Goiânia e Brasília que tiveram os rostos deformados após
procedimentos realizados com aplicação da substância PMMA. Ele foi
condenado por este caso em Aparecida de Goiânia a pagar R$ 60 mil, por
danos morais e estéticos. Esta paciente foi submetida a um tratamento
para amenizar olheiras, mas ficou com nódulos irregulares nas pálpebras.
A mulher
precisou passar por cirurgia para retirada do produto injetado e ficou
com sequela no olho esquerdo, após o nervo óptico ser afetado. O
procedimento foi feito em 2012, quando a autora fechou um pacote, no
valor de R$ 1.868, com onze sessões de lipocavitação, radiofrequência,
bioplastia, ultrassom e aplicação de laser CO2, com a finalidade de
diminuir o contraste entre pele do rosto e olheiras.
O
tratamento foi realizado na clínica do médico, a Murakami Estética
Facial e Corporal, no Setor Oeste, em Goiânia. Após oito meses, surgiram
protuberâncias na região aplicada, que passaram a incomodar a mulher.
No início
deste ano, Murakami cumpriu um mês de prisão preventiva por conta das
denúncias. Em 14 de dezembro ele foi impedido de atuar na medicina em
todo o Brasil devido à suspensão de seus registros profissionais por
tempo indeterminado.
Com informações da Assessoria de Comunicação do TJ-GO
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