terça-feira, 23 de abril de 2019

Justiça goiana condena dois médicos por sequelas de cirurgias plásticas


A Justiça goiana condenou na semana passada dois médicos por consequências em duas cirurgias estéticas em seus pacientes. Os julgamentos aconteceram na terça-feira (16) em dois municípios e foram decididos pelos juízes Jonir Leal de Souza, da 1ª Vara Cível da Aparecida de Goiânia, e pela juíza Lília Maria de Souza, da 1ª Vara Cível de Rio Verde.

Um cirurgião plástico de Rio Verde foi condenado (veja sentença aqui)  a pagar R$ 50 mil de indenização a uma paciente que sofreu necrose após ser submetida à cirurgia plástica de redução de mamas. A mulher sofreu sequelas permanentes nos mamilos e aréolas, que não cicatrizaram depois do procedimento.

Em defesa, o médico responsável alegou que necrose é um risco inerente ao tipo de procedimento e que a mulher estava ciente. Segundo laudo pericial, o problema da autora só poderá ser revertido com nova cirurgia reparadora.

A magistrada destacou, também, que cirurgia plástica estética tem obrigação de oferecer um resultado esperado ao paciente. “Não se pode negar o óbvio, que decorre das regras da experiência comum: ninguém se submete aos riscos de uma cirurgia, nem se dispõe a fazer elevados gastos, para ficar com a mesma aparência, ou ainda pior. O resultado que se quer é claro e preciso, de sorte que, se não for possível alcançá-lo, caberá ao médico provar que o insucesso total ou parcial da cirurgia deu-se a fatores imponderáveis”, afirmou a juíza.

O outro caso foi em uma ação contra o médico Wesley Murakami, já denunciado por pacientes de Goiânia e Brasília que tiveram os rostos deformados após procedimentos realizados com aplicação da substância PMMA. Ele foi condenado por este caso em Aparecida de Goiânia a pagar R$ 60 mil, por danos morais e estéticos. Esta paciente foi submetida a um tratamento para amenizar olheiras, mas ficou com nódulos irregulares nas pálpebras.

A mulher precisou passar por cirurgia para retirada do produto injetado e ficou com sequela no olho esquerdo, após o nervo óptico ser afetado. O procedimento foi feito em 2012, quando a autora fechou um pacote, no valor de R$ 1.868, com onze sessões de lipocavitação, radiofrequência, bioplastia, ultrassom e aplicação de laser CO2, com a finalidade de diminuir o contraste entre pele do rosto e olheiras.

O tratamento foi realizado na clínica do médico, a Murakami Estética Facial e Corporal, no Setor Oeste, em Goiânia. Após oito meses, surgiram protuberâncias na região aplicada, que passaram a incomodar a mulher.

No início deste ano, Murakami cumpriu um mês de prisão preventiva por conta das denúncias. Em 14 de dezembro ele foi impedido de atuar na medicina em todo o Brasil devido à suspensão de seus registros profissionais por tempo indeterminado.

Com informações da Assessoria de Comunicação do TJ-GO



Nenhum comentário:

Postar um comentário