sábado, 2 de maio de 2020

Moradores de Tamoios denunciam negligência médica e omissão no Hospital do distrito


Os tamoienses continuam denunciando negligência e omissões de médicos, além da falta de condições de atendimento no Hospital de Tamoios, onde faltam medicamentos e EPI, e onde também está funcionando a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do segundo distrito de Cabo Frio, provisoriamente. O prédio em reformas da unidade está com a inauguração atrasada já há 50 dias, e sem previsão de reabrir. E os doentes, inclusive da Covid-19, se acumulam pelos corredores mesmo, como também foi denunciado essa semana nas redes sociais.

Há uma semana, no Domingo, dia 26 de abril a Evelyn Sá publicou no grupo UNAMAR CABO FRIO RJ no Facebook uma grave denúncia de negligência médica “Há três dias, um conhecido e muito amigo de minha família veio pedir ajuda pois estava passando mal, TOSSINDO sangue e com falta de ar. Prontamente, o levamos ao Hospital de Tamoios. O médico de plantão por sua vez só deu um atendimento muito superficial, e porcamente, só realizando um eletro, nem sequer o auscultou. Foi administrado a medicação, pois o mesmo estava com a pressão arterial alta. E nada mais, seguimos para casa”, escreveu


Acontece que segundo a Elelyn, à noite, o rapaz voltou a passar mal e o quadro de saúde dele agravou. Nesse momento, a situação que já era ruim do atendimento no Hospital de Tamoios ainda piorou. Eles voltaram lá e tiveram que esperar por muito tempo as enfermeiras tentarem acordar o médico, que estava DORMINDO.

“Foi muito ignorante fazendo perguntas que não se encaixavam para o quadro. Quando minha mãe perguntou se ele não iria realizar uma radiografia, o médico disse: ‘a senhora sabe para que serve uma radiografia? É apenas para ver osso…’ Apenas para ver osso? Esse médico se formou onde? Antigamente não se existia ressonância magnética nem TC. Todo diagnóstico era realizado pelo RX. Então, apicolordótica, rotina de abdômen agudo (RAA) e Laurell servem para quê? O RX de tórax, inclusive, para diagnóstico de Covid-19, serve para quê?”, esbravejou.

Se isso só já não fosse suficiente para tornar o caso desse médico um caso de demissão a bem do serviço público, como determina inclusive a legislação para casos de negligência dessa natureza, a situação ainda foi além. “Então, não satisfeito na sua infelicidade em palavras, ele deveria estar achando que estava lidando com pessoas ignorantes em conhecimento. Ele disse, já que a senhora o “adotou”, pague uma consulta particular e uma endoscopia. Por que endoscopia se ele não estava vomitando sangue, e sim tossindo? A tosse é um reflexo de defesa do pulmão quando há algo estranho obstruindo os alvéolos pulmonares e os brônquios. Mas eu gostaria de perguntar a esse médico se ele estudou as diretrizes do SUS ou foi mais um filhinho de papai que comprou o diploma dele. Pois a Saúde é um direito de todos e um dever do Estado. (Artigo 196 da CF)”, completou a Evelyn Sá.

Até esse sábado (02/05), uma semana depois do episódio, a postagem dela no grupo de UNAMAR teve mais de 330 reações, mais de 110 compartilhamentos e mais de 100 comentários. Entre eles, o de outras pessoas que moram na região e que passaram por constrangimentos parecidos. Veja alguns desses episódios:


A Grizane Coelho disse que na terça-feira passou mal, com muita falta de ar, e foi levada ao Hospital de Tamoios, onde segundo ela foi diagnosticada, depois do Raio-X, com infiltração nos pulmões. “Me passaram uma receita de uma medicação que custa R$ 124,00. E fui pra casa do mesmo jeito que entrei. Meu esposo viu que não teve jeito e resolveu me levar para o Hospital de Rio das Ostras, onde aí sim, fizeram um exame de sangue, raio-x do tórax e da face e saí com um diagnóstico bem diferente, de crise de bronquite. Fui medicada e sai com uma receita bem diferente. Hoje estou graças a Deus muito bem. Não tive mas nenhuma falta de ar”, escreveu

A Aldinea Meneses fez coro e escreveu: “verdade. Meu marido fez no dia 31 de março uma amputação no dedo do pé, e está também com insuficiência cardíaca, esperando um cateterismo. Foi passando mal. Na quinta-feira, só fizeram uma medição rápida e liberou. Ontem voltou a passar mal liguei pra lá. Ninguém atendia… Corri pro Pronto Socorro de Rio das Ostras, onde ficou internado”, comentou ela na postagem, também no domingo (26/04).

A Camila Moreno Souza foi outra vítima da negligência no Hospital de Tamoios. “Também passei por isso. Desde o dia 15, quando machuquei o dedo, e a infecção foi pra corrente sanguínea, tive que procurar atendimento no Hospital de Rio das Ostras para que o meu problema se resolvesse. Graças a Deus, estou bem. Porém, do dia 15 ao dia 23 foi uma luta muito grande. Noites sem dormir, com muita dor. Até que em Rio das Ostras fui atendida muito bem. Passei até pelo procedimento cirúrgico, coisa que no Hospital de Tamoios disseram que era apenas pra eu tomar antibióticos. Gastei 350 reais, devido a tantas trocas de remédios! A saúde está uma merda em Tamoios. Estamos largados às traças!”, comentou.



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