Segundo ele, tanto o Samu quanto o Corpo de Bombeiros se recusaram a transportar a paciente até o hospital
Indígena diagosticada com coronavírus sendo transportada até hospital |
O cacique da aldeia Jaguapiru, Izael Morales denunciou negligência no atendimento a uma indígena diagnosticada com o covid-19 na tarde desta quarta-feira (3), em Dourados. Segundo ele, tanto o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) quanto o Corpo de Bombeiros foram chamados para levar a paciente até o hospital, mas o atendimento não foi realizado.
Sem poder esperar, ele mesmo fez o transporte no carro do Conselho Comunitário de Segurança da aldeia.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o cacique conta que o estado de saúde da paciente se agravou durante à tarde. É possível ouvir a mulher, que não teve o nome divulgado, tossindo e respirando com dificuldade enquanto deixa a reserva indígena a caminho do Hospital Porta da Esperança, da Missão Caiuá.
Conforme o relato do cacique, os bombeiros informaram que não tinham suporte para atender a paciente e negativa semelhante foi dada pelo Samu.
“É com sentimento de muita tristeza que faço esse tipo de comentário. Eu não acho justo a gente passar por esse tipo de dificuldade e acredito que isso não seria necessário se a gente tivesse uma coordenação melhor para atender a comunidade em todos os sentidos”, declara Izael.
Ele enfatiza o estado de saúde da paciente e se mostra indignado com a situação. “A gente se sente desprezado uma hora dessas pelo poder público e por entidades que deveriam estar trabalhando em prol do ser humano. Não importa se é índio ou se é branco”, desabafou.
Resposta - O comandante do Corpo de Bombeiros em Dourados, tenente-coronel Humberto Matos nega que tenha ocorrido recusa no atendimento. Segundo ele, existe um protocolo de atendimento no município em que pacientes graves do covid-19 são transportados pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A ideia é evitar que as viaturas dos bombeiros sejam inutilizadas por muito tempo. Isto porque após cada transporte de paciente com coronavírus ocorre um processo de desinfecção que dura, em média, 30 ou 40 minutos.
O médico Sandro Barreto, coordenador técnico do Samu também nega que o atendimento tenha sido recusado. Segundo ele, a ligação foi recebida e a chamada caiu antes de a regulação ter sido concluída. Eles tentaram retornar o contato, mas a paciente já estava a caminho do hospital. Ainda segundo ele, o estado de saúde dela é estável e ela pode ter sofrido uma crise de ansiedade.
Barreto disse ainda que, a apuração sobre o caso continua com análise das gravações.
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